segunda-feira, 9 de março de 2015

Sessão "PROIBIDO PARA MENORES DE (ALTER)IDADE"




“E a massagista naquele pseudo programa estava nacionalmente bela. A lingerie verde de mata, seus cabelos cacheados de ouro e  olhos azuis de céu. Pena o corrimento branco em seus lábios menores, desfraldando uma  desordem social e meu imoral  retrocesso..” 

“Como pode a poesia pura 
 Conter tanta indignação, 
 Se esta é tomada de imundícies? 
 Pode 
 O saneamento básico é fundamental 
 Para a saúde dos poetas...” 

“Cheiro de chuva 
 Barulho de gotas 
 Corpo molhando... 
 Mas sem descobrir de onde vem 
 Se de lá do céu (social) 
 Ou se daqui do meu cio (eremita)...” 

“Teus seios pequenos 
 Minha boca grande 
 Tua boca pequena.. 
 Mamei até dois meses 
 Tu mamas em meu falo 
 E nós dois nem temos leite... 
     Não queremos leite 
     Queremos do outro aquilo que nunca teremos...” 

“Uma bunda que ficou na história 
 O ânus na memória 
 Oh glória, 
 Que era a tua geografia 
 Eu pensando que amaria 
 Mas era só putaria...” 

“A chaleira no escuro apita 
 É hora do café da puta 
 Acorda depois das horas 
 Nunca dorme porque falece 
 A puta pula as tardes 
 Acende-se na madrugada de neon 
 Resolve-se a ausência de luz 
 Cresce no breu o pau 
 É hora do leite da puta.” 

“Vá livre, mulher 
 Ser a mentira que lhe contam 
 Ser o objeto que lhe usam 
 Ser a puta que não lhe pagam 
 E todo o restante que não lhe fiz sonhar..." 

“Tua vulva 
 Meu paladar 
 Serve-me o gozo 
 Que eu sorvo-te o prazer 
 Assim nos alimentamos bem 
 E deixamos as refeições para as horas de almoço e jantar..” 

“Meu terno não esconde em tua presença 
 A rigidez fálica do meu desejo 
 Preciso me sentar ao largo em calmaria 
 Para que ninguém reconheça 
 Que minha vontade está bem além das minhas aparências...” 

“Tuas coxas molhadas 
 Enganam teu gozo incompleto 
 Que eu queria tanto 
 Poder concluir-te feliz.. 
    Não consigo 
    Pois os caminhos que levam ao orgasmo 
    São tão curtos quanto a noção contemporânea do prazer...” 

“Seus mamilos estão como os mudos 
 Eles não dizem o que estão sentindo 
 Apenas mostram o que gostariam de dizer...” 

“Sexo 
 Arma branca 
 Perfurando corpos 
 Sangue germinativo 
 Liquefeito extrato daquilo que não conseguimos amar..” 

“Dá-me tua língua 
 Que eu bebo tua saliva 
 Até um dia sentir o gosto 
 Do que tu tens realmente para nos justificar..” 

“Eu dirigindo, 
 E tua mão entra pela minha calça 
 Boca que se aproxima.. 
 Paro no mercado e você desce 
 Vou fazer um café 
 Porque temos que comprar leite...” 

“A polpa digital da falange distal, 
 Do dedo médio da sua mão direita 
 Tem a mesma tez da sua língua.. 
 Como é bonito lhe saber ativa...” 

“Minha sina, 
 As mulheres indiferentes.. 
 Ignoram a minha loucura 
 Pelo medo de gozarem a sua.. 
 E do alto risco de pedirem mais...” 

“Saudade do teu corpo, nosso 
 Lembro-te nua de bruços sobre a cama nacional 
 Curvas, tais a serra do mar.. 
 Eu era feliz de trilhá-la a pau Brasil 
 Até chegar ao delta de teu gozo varonil...” 

“Não faz de mim outro cometa 
 A riscar tua trajetória obtusa 
 Pois não faço querer só buceta 
 De quem é digna de ser minha musa...” 

“Chega de polacas 
 Basta de cabelos encaracolados 
 Desisti dos seios grandes 
 Cansei das mimadas 
 Adeus às indiferentes 
 Não quero mais jornalistas.. 
 Será que existe alguma morena de cabelos lisos 
 Com seios pequenos, corajosa 
 Ativa e com apenas curso técnico? 
 Ou meu destino é ser sozinho 
 Acompanhado apenas dos meus pobres requisitos...” 

“Tomo banho de pernas abertas
 Membro, pêndulo afastado para observar 
 Evitando pisar nas palavras que se vão pelo ralo 
 Belas poesias que se afogam ao nascer 
 Em meu chuveiro mortandade, 
 Onde as velas não acendem 
 Pois sou eu o próprio sentinela, 
 Um asseado vigia de minha ausência temporal...” 


“O poeta é um sujeito sui generis. Brinca com a morte a todo instante, às vezes briga com ela, mas noutras lhe  acaricia intimamente.  Poetas fazem com a morte o que deveriam fazer com quem eles não têm ao seu lado...” 



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