terça-feira, 28 de maio de 2013

AUTORALLIA << A outra collônia / por Diamond Fisher



A OUTRA COLLÔNIA 
Cansado da matéria, tentava recuperar o fluido que a movia. A resposta estava em seu espírito, em razão da tríade elementar da existência. Todo desequilíbrio será castigado, não pela fé e sim pela irresponsável desordem aplicada à própria natureza. Ignorar o tempo, foi preciso para partir em busca de igualdade dentro de si mesmo. Quando a órbita encerrar, ao menos chegaria lá com algumas poucas histórias para contar. Melhor que permanecer à beira do espaço, atrelando-se às falsas paisagens que lhe desviam a evolução. E que a morte não venha na hora em que estiver sorrindo querendo ficar. Pois seria o sinal de que ainda há caminho para se aprender. Enquanto essa hora não vem, compreender a estrada como se fosse a última, embora cada amanhecer seja uma nova chance de se trilhar. O apelo somente aos deuses dos ventos, para trazerem por perto a água que ele tem demorado verter, em sua alma que lhe impede calar, diante da poeira microcósmica dos outros todos, que não se reconhecem como aprendizes. Também cansativos são os que professam mesmo sem títulos o devir alheio, imodestos seres destituídos de espelhos em suas residências, na vã tentativa de ensinar a qualquer um o que não se aprende sem sofrimento particular. Oh mundo mediano, onde o aprendizado diuturno é gota diante da imensidão do universo, exacerbada pela infinidade de caminhos a oferecermos à nossa própria voz, por muitas vezes côncava, diante de um convexo destino. Generosa dádiva a quem necessita urgentemente bem lidar com a percepção exponencial de todos os seus sentidos. 



segunda-feira, 20 de maio de 2013

Navegando em Continentes





KAMASUTRA


 "SAILING"  
 ROD STEWART  


 Pórticos 

De minha insônia fiz o cais. Aonde eu aporto nas madrugadas de segunda, para embarcar em meus navios imaginários ao leste nascente do porvir. Do singelo rebocador que me leva à pequena ilha avistada dos meus sonhos, até a exuberante fragata que zarpa em direção às minhas utopias, estou sempre partindo. Meu mundo marítimo é apenas virtual, à medida em que eu me afaste da minha eterna condição nômade. Pois é ela que me permite sempre navegar, mesmo em firme terra de infortúnios. Docas, um belo lugar que eu invento, onde eu posso sentir o frescor da brisa continental, a tez do sal e a doce marola das possibilidades. E assim, todo início de semana eu estreio minha nova chance, tomando o rumo do meu desejoso presente. Reconheço que houve um tempo em que a bússola era feita de pedaços do coração. Não mais, agora são os pensamentos que me guiam um pouco mais crédulo ao amanhã. Minha carta sempre foi náutica, eu que já não ignorava ser o chão, o anfitrião dos meus passos. Até que eu mergulhei, tão fundo quanto eu precisei, podendo concluir que aquela cidade já não mais me sustentava, tanto em espírito quanto pela ausência dos corpos presentes. Por isso a viagem, e o breve aceno a todos aqueles que não acreditaram em mim. Coincidência, nenhum deles foi capaz de construir o próprio cais. Todos os velhos, deveriam morar no mar. Porque o mar é a extensão de toda poesia plena de juventude, mas órfã de compreensão. Lá no meu cais, há um semanário de sol, banhando de consciência todas as minhas partidas, uma típica orfandade a reeducar aquelas minhas palavras, abrigando meus sentidos. E aquilo que me move, é simplesmente a jovialidade de minha esperança. Isto é real, para isto justifica-se o cais, e por isto é que eu não desisto. Prático de mim mesmo, lembro-me que está na hora do almoço, então novamente fundear... 


terça-feira, 7 de maio de 2013

Certas Canções que eu amo - "Everything"


 "EVERYTHING" 
 Lifehouse 




ORIGINALLIA << Cat Stevens / Peace Train


Nesta bela canção do renomeado Yusuf Islam (Cat Stevens), ele fala sobre a alegria que está sentindo nos últimos tempos, sorrindo e acreditando até num mundo unido, longe da escuridão. Chama pelo "Trem da Paz", no qual podemos embarcar por estar perto de nós, junto também de nossa casa e nossos amigos.    




COVER com PATÊ + COMPLEMENTO


 Pensar nela.. 
 E o reflexo involuntário invade de sangue a mente secundária 
 Requer-se então alívio não imediato 
 Mas fazendo correr a mão direita no corpo em riste 
 Ritmada em cavernoso compasso solitário 
 Até chorar lágrimas brancas de um desejo distante.. 
 Recurso supletivo mascara nem toda ausência 
 Pois a imaterial é sempre presente 
 Não se confunde com outras quaisquer 
 Quando se tem por dentro, 
 O carinho de uma verdadeira mulher. 




 "SEXUAL HEALING" 
 MARVIN GAYE 
 by 
 Ben Harper 



quinta-feira, 2 de maio de 2013

quarta-feira, 1 de maio de 2013

BICHOS emocionais DO PARANÁ racional - "I Heard It Through the Grapevine" + "Mesma Roupa"


Quem vem lá?? É Sheryl Crow? Não mesmo. Nem Carole King, Carly Simon, Juice Newton, Emmylou Harris ou Shania Twain. É simplesmente ela, que largou os embalos suaves da reggae music para se dedicar ao blues, rhythm and blues ou algo interessantemente similar. Seu visual femme fatale cai por terra quando se ouve a sua requintada voz literalmente aveludada: ela é muito além do que parece, porque é categoricamente uma Artista em sua mais completa acepção da palavra. “Bravo”, para a arte da cantora e compositora Vilma Ribeiro, tanto no cover “I Heard It Through the Grapevine”, clássico do Creedence Clearwater Revival, como em "Mesma Roupa", de sua autoria.. 
e boa viagem... 



INSTRU#MENTALIS > Gabriella Quevedo




 GABRIELLA QUEVEDO  -  "A WHITER SHADE OF PALE" 
 (PROCOL HARUM) 



ATEMPORAIS - "RIGHT HERE WAITING"


 RICHARD MARX 
 "right here waiting" 




KAMASUTRA


 "STAIRWAY TO HEAVEN" 
 LED ZEPPELIN 
 cover by Vika Goes Wild 




 Escada de Jacob 

Ainda morava no oeste do meu ser. Um ambiente deveras profano, em razão dos desvios que insistiam a convidar-me ao largo soturno, para longe de mim mesmo. Minha resistência se esgotava, à medida que me faltavam alguns “nãos” em pronúncia. Entretanto, foi na escuridão das pessoas que reconheci o poder da criação morando em mim, a centelha que todo humano faz jus, até então adormecido pelo detrimento à própria vontade das minhas condutas em convivência. Era o neon quem iluminava todos os artifícios que seguravam o meu viver. Então foi preciso cair em consciência, libertar-me das roupas que escondiam meus desejos, expondo a nudez de minhas palavras, até poder realmente acreditar naquela força de minha alma. Noutro sentido, mas perto dali, há na beira de um rio uma estrondosa árvore, cujo galho maior aponta para cima, sustentando um belo pássaro azul de carenas negras, paisagem ocidental que avistei em função de ter-me voltado para o oriente de minha existência, ou seja, à leste dos meus sóis. Não há fumaça ao meu redor, a clareza dos meus novos dias já anuncia a morte do inverno das minhas noites. A floresta lateral está em silêncio: hora do segundo passo. Uma senhora que eu não vejo, parece me conduzir pela mão direita, apontando a direção para um lugar de luz, ao mesmo tempo em que meu rosto é finalmente refrescado pelo vento do futuro. Um pouco mais e eu transformado, chego ao fim do processo de libertação. Também por ter descoberto ser aquele abismo que havia, nada mais do que o primeiro degrau a ser transposto para a felicidade. Isto é, um caminho que me levou para dentro de mim mesmo, até encontrar comigo, sentado ao pé daquela árvore, aguardando-me desde o princípio dos meus questionamentos, sobre a vida que também persistia em me convidar a viver...