A
OUTRA COLLÔNIA
Cansado
da matéria, tentava recuperar o fluido que a movia. A resposta estava em seu
espírito, em razão da tríade elementar da existência. Todo desequilíbrio será
castigado, não pela fé e sim pela irresponsável desordem aplicada à própria
natureza. Ignorar o tempo, foi preciso para partir em busca de igualdade dentro
de si mesmo. Quando a órbita encerrar, ao menos chegaria lá com algumas poucas
histórias para contar. Melhor que permanecer à beira do espaço, atrelando-se
às falsas paisagens que lhe desviam a evolução. E que a morte não venha na hora
em que estiver sorrindo querendo ficar. Pois seria o sinal de que ainda há caminho
para se aprender. Enquanto essa hora não vem, compreender a estrada como se
fosse a última, embora cada amanhecer seja uma nova chance de se trilhar. O
apelo somente aos deuses dos ventos, para trazerem por perto a água que ele tem demorado verter, em sua alma que lhe impede calar, diante da poeira microcósmica dos outros todos, que
não se reconhecem como aprendizes. Também cansativos são os que professam mesmo
sem títulos o devir alheio, imodestos seres destituídos de espelhos em suas
residências, na vã tentativa de ensinar a qualquer um o que não se aprende sem
sofrimento particular. Oh mundo mediano, onde o aprendizado diuturno é gota
diante da imensidão do universo, exacerbada pela infinidade de caminhos a oferecermos
à nossa própria voz, por muitas vezes côncava, diante de um convexo destino. Generosa dádiva a quem necessita urgentemente bem lidar com a percepção exponencial de todos os seus sentidos.
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