segunda-feira, 30 de março de 2015

I FEEL MYSELF - Charles DIAMOND




ELEGIA 62 

Padrasto das réplicas, das tréplicas era órfão. Não tinha parentes de sangue, o infeliz, apenas alguns colegas ou amigos, todos incompatíveis em sintonia. A solidão era tão grande ao seu redor, que o silêncio ecoava dentro do peito infinito. Ao olhar para si mesmo no espelho, um cânion de relações desérticas, gente petrificada, vontades escarpadas e muita, mas muita areia de tudo aquilo que se foi, nunca permanecia. O estranho nessa história beduína, era que não havia tristeza. Pois só existe tristeza quando não se tem consciência dos motivos pelos quais as coisas são assim como são. Ele, sabia muito bem por quê. Questão de naturalidade: sua terra nunca foi onde pisou a vida inteira. Caminhava esperando a chuva só para ver se ela trazia ao menos um arco-íris, quem sabe houvesse um pote de ouro em seu final. Jamais por causa do pote ou de seu conteúdo, somente pela oportunidade de encontrar algo. Este seria seu único sonho possível, não de se realizar, mas apenas o único que poderia sonhar. Porque é muito fácil ser poeta entre precipícios de indiferenças, vales de silêncios, rochedos de sensações e aridez de esperanças pelas montanhas de ninguém.. 




sábado, 28 de março de 2015

Seção Parental


 "NÔMADES" 


[Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver.] 
 - AMIR KLINK - 


[Em dias contemporâneos, ainda há gente assim. São aqueles que se voltam para sua própria natureza, mutável como são as transformações do universo. Não chega a ser um cumprimento a uma determinada lei, o é por naturalidade, coisa espontânea, reflexo incondicionado. Nem mais se discorre sobre isso, tal a sua normalidade, apesar de raro. Repugnância à submissão, abomináveis costumes e tradições conservadores. Ignora-se a existência e o sentido das estradas, das águas, dos céus. Não, não e não. É por tudo isso e muito mais ainda que eu não permaneço. Até fico mais do que deveria às vezes, um pouco além dos meus limites, reconheço. Mas chega a hora de partir. Ir embora de uma residência, de um bairro, de uma cidade, de um país. Largar uma profissão, um hobby, uma mania, uma dependência qualquer. Desfazer-se de uma tradição, um costume, uma rotina. Dar adeus ao coleguismo, a uma amizade, um vínculo relacional, um parentesco, à própria família. Afastar-se de um animal, um canto, uma catarse, um equilíbrio. Romper os laços havidos com um sentimento, um afeto, uma vontade, um desejo, um sonho, uma utopia. Encerrar um espaço, uma festa, sensações e pensamentos. Não há hora certa para isso, pois não é questão de tempo. O tempo, começa depois da partida. O mundo é um labirinto de nascentes, a maioria escondidas, sem devermos procurá-las, posto que nos cabe é apenas estar lá fora. As tais novas possibilidades, existem sim, desde que nos tornemos novos, renasçamos, nos disponhamos a tanto. Cinco décadas, e eu me sentindo tão novo quanto eu concebo os meus princípios. Eu vi muita coisa, senti pouco. Havia muita sensibilidade em mim para que eu pudesse considerar qualquer sentir relevante. Então, eu cheguei novamente à beira da minha sempre estrada. É aqui, sobre o caminho, que eu me realizo em ações, depois da remissão dos quartos, teclados e pesares relacionais intentados. A extensão do meu eu não se deu da boca pra fora, e sim das mãos para frente. Escrevi demais, até provocar uma lesão de esforço repetitivo em minha consciência. É vez de me licenciar de mim mesmo, de não contração. Acompanhar as leis cósmicas, expandir para libertar. Nem sei para onde vou. Porque todo nômade, não possui lugar para amar, seu espaço é o movimento, onde não cabem quaisquer despedidas. Depois da temporada de recolhimento, onde o turbilhão de palavras servia para concentrar energias no encontro do autoconhecimento, agora é botar à prova o aprendizado, conseguido a duras penas lidando com indiferenças, silêncios, distâncias, ausências e não empatias. Paradoxo, mas isso tudo fortalece, apura o discernimento e alumia a vida não apenas ao nosso redor, mas principalmente mostra o que havia por dentro: ninguém, ao lado de tudo. O nômade não busca um alguém. Ele apenas vai, sem ninguém, por consideração àquele tudo...]  
 - DIAMOND FISHER - 


sexta-feira, 27 de março de 2015

Contos de Everland



'CONTIDIANO' 


Naquela terra distante, numa pequena localidade característica de vilarejo perto do oceano, todos os dias há uma espécie de baile ecumênico, para não dizer laico. Quase todos os habitantes dali se reúnem para dançar o folclore típico da região, ou simplesmente escutar músicas, conversar e contar estórias em volta do fogo. O som toca o dia inteiro, mas eles começam a chegar à tardinha. Nessa festa, que já faz parte da cultura local por ter se tornado costume, tradição, todos interagem entre si, não havendo espaço para animosidades, diferenças, preconceitos, timidez e tudo aquilo que pudesse afastar ou não aproximar os afins e principalmente os opostos. Pode-se, por exemplo, observar o Sim e o Não dançando coladinhos, rosto no rosto. Sentados à mesma mesa, vê-se o Talvez, o Quem Sabe e o Improvável dando sonoras gargalhadas juntos. Numa roda de papo, estavam o Nunca, o Não Sei e o Sempre discutindo sobre algum esporte qualquer. A banda, que era formada pela Lembrança na bateria, Dó nos teclados, Esquecimento no contrabaixo, Anunciação no violão, Fuga no sax alto e Desprezo na guitarra, tinha a Saudade como vocalista. O casal mais elegante da noite era a dupla Pensamento e Sentimento. Mas eram Passado e Futuro que ficavam chamando o Presente que não queria levantar da cadeira para dançar. Quem também ficou o tempo inteiro sentadas comendo, foram a Distância e a Visita. Só de sarro, o Sorriso pediu a mão da Tristeza, fazendo com que a Alegria tivesse que abraçar a Lágrima. No bar, totalmente bêbadas, a Reciprocidade servia mais uma dose para a Indiferença. Mais ao fundo, não reservadamente, o Sol e a Lua trocavam carícias apaixonados, onde bem pertinho a Certeza dava um beijo na boca escancarada da Dúvida. Solidão e Companhia corriam alegremente perto da fogueira como se fossem crianças brincando feito novos amigos, atrás delas vinham Razão e Emoção, igualmente felizes. Numa relva próxima, Amor e Desamor abusavam de uma afetuosa e descompromissada relação sexual. Já dentro do banheiro, a Atitude pegava a Omissão por trás. Uma discussão acalorada entre a Sensatez e o Maniqueísmo na fila dos ingressos, Dona Virtude apaziguou. Assim como fez na confusão que o Recomeço provocou querendo tirar o Fim da festa, mas não se meteu na discussão entre a Coragem e a Covardia, deixou que a primeira bem aconselhasse a outra. Também não foi preciso intervir na bagunça que Indignação, Filosofia, Eloquência e Escrita faziam na frente do palco, elas eram só folia. Sentada num cantinho, a Leitura contemplava o movimento. A Interpretação fiscalizava tudo, com auxílio do Equilíbrio e as trapalhadas do Imediatismo. Vida, Morte e Sobrevivência passeavam pelo salão observando os outros presentes. E havia tanta gente no evento, que nem cabe aqui, uns não os vi dessa vez, outros sequer lembrei. Interessante, é que isso não era rotina para ninguém. Um amálgama entre ligas das mais diversas nobrezas, uma comunhão entre os mais diferentes credos, um bioma de sensações distintas. O mundo completo, meridianos aproximados, trópicos estreitados, polos abraçados, suprimidas as latitudes e longitudes, tudo estava ali. O ser e o não ser de todas as coisas, reunidas num homem só: a festa na vila da minha consciência, onde sou ao mesmo tempo anfitrião e único convidado. Levo tudo isso em mim, e tenho que fazer com que eu regozije, sem piscar. Preciso seguir leve, considerando todas essas sensações, as minhas que eu trago ou ofereço, as dos outros que eles escondem ou carregam. Do possível ao impossível, relevando meus valores em detrimento dos desvalores dos outros, incompatíveis penetras que tenho por ofício expulsar daqui. Acordar todas as manhãs e entender que isso representa uma nova chance, uma luz, uma esperança mesmo que não se saiba em quê. Atravessar todas as tardes e compreender que isso significa um trabalho, uma missão, um destino mesmo que não se imagine por quê. E deitar todas as noites e me perguntar se isso tem uma explicação, uma lógica, um sentido mesmo que nem se desconfie para quê. Enfim, a sina de construir ciência sobre tudo, até mesmo sobre o silêncio do sereno que recai em orvalhos todas as madrugadas sobre meu jardim sem aquela flor, mulher que singra tempo e espaço, meu desejo em plenitude e latência. Sim, esse é meu bastante conto-cotidiano, com orgulho. Encaro isso tudo como uma festa, é o meu jeito de gostar da vida. E como a festa é apenas minha, só não convido a Perspectiva: como é ela quem organiza tudo, fica de fora para que, realmente, possa haver um novo amanhã...o baile seguinte...e o próximo conto.



quarta-feira, 25 de março de 2015

Contos da Patagônia



 “Carnes Argentinas Y Otras Cositas Más.” 

Estava escrito no rodapé do cardápio às minhas mãos. Eu não pedi ‘ojo de bife’, estou meio avesso às carnes ultimamente, devo estar ascendendo a algum lugar que eu não sei. Meu paladar não aprecia muito a culinária da região do Rio da Prata, penso que os fãs o são em virtude do sangue latino, se não o forem pelas papilas gustativas, enfim. Mas havia algo de encantador naquele jantar de aniversário de parente, não na mesa comemorativa, mas numa outra ao lado, em minha frente. Um casal. Um jovem casal de meia idade. Ele, aparentando uns 54, ela no máximo 48. Bem apessoados, de frente um para o outro, terminando a refeição-propósito, feito evento que não esconde o interesse maior do que o esperado, neste caso a restauração nutricional. Descrições à parte, os olhares eram recém-nascidos. Mesmos olhos, para outros horizontes, formam novos olhares. Via-se brilho, luzes caindo pelos cantos das bocas nos sorrisos. Ele mais solto, gesticulador, jogando charmes; ela comedida, reservada em comportamento, jogando sedução: ambos sem malícia. Vez em quando, ele estendia a mão e tocava no braço dela, ainda descoordenadamente, em função do pouco tempo de união. De repente, combinaram um lugar, para irem Juntos: um “vamos”, que ressoou no ambiente como “já fomos”. E como é bonito observar as coisas nascentes do mundo. Quem vê isso através da inveja, deve ser cego de todos os sentidos. Eu não, pois aprecio essa dança, um bailar de expressões corporais, faciais, coisas lá de dentro parindo sobre as mesas de aproximação. Abomino gente que se senta lado a lado, revelando insegurança, medo e falta de orientação no espaço, com o pobre argumento de ficar mais perto para poder beijar sem quebrar a compostura, sem ferir a etiqueta: trocar restos de comida já processados pela amilase salivar, interrompendo o início da digestão, faz do relacional um absurdo ao misturar ansiedade e ânsia. Eles não, permaneciam corajosos enamorados, comunicando-se por todas as formas de linguagem possíveis. O tanino da bebida acelerava os corações, o etanol liberava seus centros frenadores, eles regozijavam uma importante particularidade de suas vidas em público, assunção de sentimento, mais do que isso, perspectiva. Perspectiva, aquela coisa que me dá de vez em sempre e me faz ser o nômade que eu adoro ser. Que par bonito, uma sintonia rara desenhava-se na cartolina da freguesia naquele restaurante argentino, servindo ludicamente dois amantes amadores, tal o clima de princípio no ar. Tempos atrás, quando ainda era bar, levei uma colega lá mesmo, onde papeamos e sorrimos à beça: Juliana teve medo, me faltou coragem, pois ambos éramos casados, então optamos pela submissão às tradições civelmente contratuais e não sermos felizes daquela forma. O tempo não perdoa quem o desrespeita no espaço que ele oferece. Não deu para imaginar os próximos dias daquele casal, eu precisaria ter escutado a sua conversa. O que eu percebi também, foi que eles deixaram um pouco de comida em cada prato, envergonhados que estavam por desconhecer as prováveis boas maneiras um do outro, típico de começos. Ele pagou sua parte em dinheiro, ela no cartão. Ela levantou-se para ir ao banheiro, bela mulher em belo corpo. Não reparei se ele a devorou com os olhos, não sou vesgo. Ela voltou, ele deu o troco para ela, não entendi. Levantaram-se e foram em direção à vida. Quando vi, meu pessoal já nos ‘postres’, reclamando que eu estava quieto demais naquela noite. Respondi que era em razão de um remédio que tomei para aquietar minha histamina, revoltada contra a ingestão de um suco de laranja artificial contendo tartrazina no fim de semana, eu não sabia que era artificial. Reconheço apenas amores naturais... 


Levantei-me e fui em direção à minha. Fiquei feliz, por saber que existe gente no mundo que é movida por esta força leve. Tomara que seja recíproca, eles poderão ir longe, muito além daquele lugar que programaram. E por incrível que pareça, isso não me afetou em nada em relação à minha solidão. Porque tenho comigo uma palavra fronteiriça, a solidez. É minha porção rocha, elemento mineral que carrego em meu processo evolutivo. Já vivi sensações parecidas, embora incomparáveis. Enquanto o amor flui, o desamor lança, ejeta, dispara, catapulta, propulsiona. Por isso, minha condição nômade. Por isso, não estou mais aqui. É meu ritmo, vou sem pressa para outro lugar, onde talvez eu encontre outro casal começando um relacionamento, ambos compartilhando chances, palavras e carinho, um mundo novo livre de passados. Se sobrar algum ponto angular de vista, eu escrevo sobre eles. Fico feliz em discorrer sobre amores. Se eu amasse, eu não escreveria: eu iria apenas conviver... 


ps: quis fazer desta, minha última coluna neste espaço. mas então me lembrei de que, se eu amasse, eu não escreveria... 


 - "Camarero! Otra sobremessa, por favor." (BIS)
 - "Mirusia! Bravo!"   
 > Andre Rieu, Johann Strauss Orchestra & Mirusia Louwerse 
 "Don't Cry For Me Argentina" 


segunda-feira, 23 de março de 2015

Congresso das Poesias Vivas - "O Pensamento" segundo eles



“Pensar, 
 É namorar silêncios 
 Sem o crivo do vínculo, 
 Da reciprocidade 
 Nem da própria imaginação...” 
- Marin Chêne 

“O pensamento 
 É um firmamento 
 Onde somos nós quem determina a orientação das estrelas..” 
- Henry Dernier 

“Na nova casa, 
 Botei o sentimento para dormir 
 No quarto do pensar 
 Este é mais velho, 
 Pode muito àquele ensinar 
 Enquanto eu estiver fora,
 Enquanto houver noite...” 
- Vinício Candelária 

“Os problemas significativos que enfrentamos não podem ser resolvidos no mesmo nível de pensamento em que estávamos quando  os criamos.” 

“Não existe o bom ou o mau; é o pensamento que os faz assim.” 

“O pensamento é o ensaio da ação.” 

“Não permitais à língua ultrapassar o pensamento.” 

“Há pensamentos que são orações. Há momentos nos quais, seja qual for a posição do corpo, a alma está de joelhos.” 

“Não há uma fatalidade exterior. Mas existe uma fatalidade interior: há sempre um minuto em que nos descobrimos vulneráveis; então,  os erros atraem-nos como uma vertigem.” 

“O pensamento, único tesouro que Deus põe fora do alcance de todo o poder e guarda como um elo secreto entre os infelizes e Ele  próprio.” 

“Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além daquele que há em sua  própria alma. Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e  isso é tudo.” 

“O pensamento voa e as palavras vão a pé: eis o drama do escritor.” 

“É fácil pensar, é difícil agir, mas agir segundo o próprio pensamento é o mais difícil.” 

“O desejo exprime-se por uma carícia, tal como o pensamento pela linguagem.” 

“Como a abelha trabalha na escuridão, o pensamento trabalha no silêncio e a virtude no segredo.” 

“Existe um lugar onde ninguém pode tirar você de mim. Este lugar chama-se Pensamento...e nele, você me pertence!!” 

“A maioria pensa com a sensibilidade, e eu sinto com o pensamento.  Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para  mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar.” 

“O pensamento pode ter elevação sem ter elegância, e, na proporção em que não tiver elegância, perderá a ação sobre os outros. A  força sem a destreza é uma simples massa.” 

“Sentir é criar. Sentir é pensar sem ideias, e por isso sentir é compreender, visto que o Universo não tem ideias.” 

"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao  mundo e maior amor ao coração dos homens.” 

“Há certo gosto em pensar sozinho. É ato individual, como nascer e morrer.” 

“Transformei-lha em pensamento 
 E o meu cérebro começou a bater 
 Relaxar, bombear ritmos 
 E todas as coisas que o coração estava proibido..” 
- Eduardo Carval 


Navegando em Continentes







Congresso das Poesias Vivas - "O Sentimento" segundo eles



“O sentimento, 
 É a menor unidade de energia 
 Contida dentro de uma emoção 
 Espalhada pelo universo de um só..” 
- Marin Chêne 

“O sentimento, 
 É uma pluma que faz cócegas 
 Quando nos aproximamos de nossa mente 
 Pois do coração, 
 É que parte o vento..” 
- Henry Dernier 

“Emagreço, 
 E o meu sentimento não diminui.. 
 Envelheço, 
 E ele não passa.. 
 Eu mudo de lugar, 
 E ele não fica.. 
 Já nem sei mais o que fazer 
 Para dar-lhe um princípio 
 Já que as finitudes nem lhe arranham...” 
- Vinício Candelária 

“A felicidade do escritor é o pensamento que consegue transformar-se completamente em sentimento, é o sentimento que consegue  transformar-se completamente em pensamento.” 

“Se você não consegue entender o meu silêncio de nada irá adiantar as palavras, pois é no silêncio das minhas palavras que estão  todos os meus maiores sentimentos.” 

“Se é a razão que faz o homem, é o sentimento que o conduz.” 

“É pelo nosso amor-próprio que o amor nos seduz. Como resistir a um sentimento que embeleza o que temos, que nos restitui o que  perdemos e nos dá o que não temos!” 

“O resultado do pensamento não tem de ser o sentimento, mas a atividade.” 

“Quem cedo e bem aprende, tarde ou nunca esquece. Quem negligencia as manifestações de amizade, acaba por perder esse  sentimento.” 

“Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito.” 

“Superiores pelo amor, mais dispostas a subordinar a inteligência e a atividade ao sentimento, as mulheres constituem  espontaneamente seres intermediários entre a Humanidade e os homens.” 

“Na verdade, só existe prazer no uso e no sentimento das próprias forças, e a maior dor é a reconhecida falta de forças onde elas  seriam necessárias.” 

“Todo o nosso conhecimento se inicia com sentimentos.” 

“A verdadeira arte não é só a expressão de um sentimento, mas também o resultado de uma inteligência viva.” 

“Não é a força do sentimento elevado, é a sua duração que faz os homens superiores.” 

“Toda a poesia - e a canção é uma poesia ajudada - reflete o que a alma não tem. Por isso a canção dos povos tristes é alegre e a  canção dos povos alegres é triste.” 

“Ver muito lucidamente prejudica o sentir demasiado. E os gregos viam muito lucidamente. Por isso pouco sentiam. Daí a sua perfeita  execução da obra de arte.” 

“Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância.  Faço paisagens com o que sinto.” 

“Tenho tanto sentimento
 Que é frequente persuadir-me
 De que sou sentimental,
 Mas reconheço, ao medir-me,
 Que tudo isso é pensamento,
 Que não senti afinal.

 Temos, todos que vivemos,
 Uma vida que é vivida
 E outra vida que é pensada,
 E a única vida que temos
 É essa que é dividida
 Entre a verdadeira e a errada.

 Qual porém é a verdadeira
 E qual errada, ninguém
 Nos saberá explicar;
 E vivemos de maneira
 Que a vida que a gente tem
 É a que tem que pensar.” 

“Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo.” 

“Somos donos de nossos atos,
 mas não donos de nossos sentimentos;
 Somos culpados pelo que fazemos,
 mas não somos culpados pelo que sentimos; 
 Podemos prometer atos, 
 mas não podemos prometer sentimentos...
 Atos são pássaros engailoados,  
 sentimentos são pássaros em voo.” 

 "Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto,
 Mesmo quando a situação não for muito alegre...
 E que esse meu sorriso consiga transmitir paz  
 para os que estiverem ao meu redor.
 Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém...
 Que me veja como um ser humano completo,
 que abusa demais dos bons sentimentos
 que a vida proporciona,
 que dê valor ao que realmente importa,
 que é meu sentimento...e não brinque com ele." 

“Pretendo descobrir 
 No último momento
 Um tempo que refaz o que desfez,
 Que recolhe todo sentimento
 E bota no corpo uma outra vez... 

... Depois de te perder,
 Te encontro, com certeza,
 Talvez num tempo da delicadeza,
 Onde não diremos nada;
 Nada aconteceu.
 Apenas seguirei
 Como encantado ao lado teu.”  

“Qualquer amor há de sofrer uma perseguição assassina. Somos impotentes do sentimento e não perdoamos o amor alheio. Por isso,  não deixe ninguém saber que você ama.” 

“Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar. Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se ao que sente. O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba, e pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce arde, arde, flameja. Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre do homem, e ao prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja.” 

“Acho que devemos fazer coisa proibida – senão sufocamos. Mas sem sentimento de culpa e sim como aviso de que  somos livres.” 

“Fiz quase tudo certo. Errei quando coloquei sentimento.” 

“Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e  deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade.” 

“A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija,  transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?  
 Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as  coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.” 

“Se me perguntarem qual o sentimento que considero mais bonito ou mais importante, vou abrir um  sorriso e dizer: O  correspondido!” 

“O pensamento 
 É um sentimento que aprendeu a nadar..." 
- Eduardo Carval