segunda-feira, 2 de maio de 2016

Sessão Urtigão II




 Minha página é branca 
 O que fazer da minha paz 
 Senão o contrário 
 A jogar guerras sobre as folhas 
 Buscando equilíbrio 
 Para que eu não me vá uniforme, 
 Oblíquo na direção do nada.. 



 Ninguém o conhece 
 Então não imaginam seus sonhos 
 Onde há praticamente ninguém 
 Que pensa tê-lo conhecido... 



 Um livro 
 Um filme 
 Uma lenda 
 Sobre o homem que nasceu adulto 
 Mas ainda sonha ser menino.. 



 O frio 
 Convite ao indivíduo 
 Para cobrir-se com o calor de sua essência.. 



 O segredo de uma mulher 
 Vira o desejo de um homem, 
 A curiosidade de outra mulher, 
 E a descoberta de ninguém.. 



 Não uso espelhos 
 Não há ninguém em mim 
 Às vezes nem eu mesmo.. 



 Isole-se do mundo 
 Popularize-se em si mesmo... 



 Cama quente 
 Um amor sem gente 
 Lugar contente 
 Onde eu sonho sem dor... 



 Alta floresta 
 É o que lhe resta 
 Já que a festa não começa 
 E o café já está pronto... 



 Um rancho 
 Um homem e um animal 
 Dois seres de estimação 
 Domados pela montanha 
 Destino que se ergueu da terra 
 Contra aquele planalto selvagem... 



 Precisamos novas paisagens 
 Essa coisa de cidade 
 Já enjoou em retratos.. 



 A casinha 
 Uma violinha 
 E uma vaquinha 
 Para aprimorar o café.. 



 Aquietar a consciência 
 Para escutar o que ela diz 
 Até levar a alma para fora 
 E anunciar qualquer bruma de felicidade... 



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