...e chega o dia
Em que tudo acaba e o poeta,
precisa escrever sobre ele mesmo..
Mas isso é impossível,
Poesia não é ficção...
Ser compositor,
É juntar as coisas..
Não posso,
Não tenho o que juntar com as minhas
coisas...
Ser poeta,
é contar o que não se vive
Se se vivesse,
Não seria contado,
seria vivido..
Um poeta a menos,
Uma vida a mais...
Uma gangue de pensamentos,
Invade a casa da minha noite
Fazem uma festa
E só vão embora dali umas duas
horas..
Deixando para mim,
A tarefa de limpar toda a sala,
Repleta de palavras pelo chão...
Quando um amor vai embora,
o poeta não chora:
escreve
E escreve tanto
Como se a escrita,
Acompanhasse aquele amor
É uma forma lírica,
Educada e sutil,
De respeitar um adeus.
Canetas são canetas,
Apenas na vertical
E eu aqui,
Domando essa inspiração
Multidirecional no espaço da cama...
O desenhista em mim, morreu
Meu restante continua vivo, ainda
Esboçando frases,
Que não têm vida...
Não tenho estilo,
já disse isso algumas vezes
Reúno palavras,
sem técnica alguma
Somente as organizo,
Como se eu fosse um probo funcionário
Do meu público pensamento...
Um texto,
Precisa viver um tempo
Para depois, o leitor poder dizer
se ele tem vida
ou, se ele vai sobreviver..
Quem o escreveu,
Desconhece qualquer tipo de morte
Pois só quer saber,
De papéis férteis ao seu redor...
Quando o poeta volta na sua última
folha
Ele a vê como se fosse outro
Ambos,
leem
Mas só os poetas sentem algo
Os outros,
Nunca mais voltam ali...
Reconheço a fraqueza de minha poesia
Momento de calmaria
Onde o que era belo se afasta
Acompanhando a bela que se foi...
O escritor vai embora
De sua cidade-drama
Onde aprendeu a escrever..
Praia ou campo,
E o mistério da continuidade ou não
da inspiração
que morava naquela cidade...
Tinta
Cai no lenço de papel
Feito lágrima requintada
De um humilde sentimento..
Nenhum comentário:
Postar um comentário