A GÊNESE DO ONCO
Nascer. Crescer, brincar. Crescer, estudar. Crescer, se formar. Crescer, trabalhar. Crescer...casar? Há controvérsias. Seria mesmo essa a cartilha universal do devir? Somos todos nós, os terráqueos, fadados a esta sina cronológica de obrigações ‘tradicionalescas’ sem prejuízo de felicidades caso não a sigamos? Todos temos condições para tal obediência? Há afirmativas, negatórias é claro. Penso, que há mais coisas para se fazer na vida além do esperado, do costumeiro, do previsível, além até do necessário. Depende da percepção e da criatividade de cada um. Vamos ao exemplo, acontecimento verídico diga-se parando. Tentarei narrá-lo a la Inárritu (o teclado português não aceita o til no “n”), minha loucura permite tal ousadia, mesmo que sem sucesso. A história. Numa cidade do interior do Paraná, alguém em estado terminal em função de uma neoplasia fulminante, pede para sua ex-mulher, que entre em contacto com o irmão dela, para perguntar se ele “tem alguma novidade” (em relação ao câncer, extraiu-se das entrelinhas). Ela liga para cá (CWB), e pede ao irmão que vá visitar o (ex-)cunhado. Tarde demais. No velório, três dias depois do chamamento, ele pensa: “Carlinhos...se você estiver por aqui, manifeste-se!” Imediatamente, uma coroa de flores do nada veio ao chão. De volta ao planalto, ele busca tal novidade incessantemente na internet. Ontem, quase onze da noite, toca o meu celular. Minha insônia já estava no portão, voltou essa lazarenta. Alguém vociferava em meio a goles on-the-rocks contra um amigo (virtual) meu que havia falado mal do amigo dele num grupo da Rede Social, coisas de facções políticas (coletivo de políticos para mim é facção) antecipadamente disputando eleição vindoura em meu idolatrado clube de Futebol. Escutei tudo, democraticamente mais uma vez me fazendo de ouvidor, lenço, quase um pano de chão. No final, ele pede que façamos uma visita a fulano, posto que está muito mal de saúde, também em função de um câncer. Três semanas antes disso, o irmão daquela irmã (credo, é o buscador da internet), me contou que tinha assistido um vídeo revolucionário, sem dizer nem o tema. Desconfiado, arrisquei busca na web justamente sobre terapia do CA. Achei um. Depois, ele me contou sobre outro. Ambos, tratamentos para uma doença que tem cura, coisa de cair o queixo do maior dos incrédulos. Simpatizante da revolução, juntei as paralelas dos fatos e digitei numa folha sulfite os dois endereços eletrônicos, o nome dos hospitais/clínicas, os endereços físicos, os telefones e os respectivos vídeos. Hoje pela manhã, entreguei ao paciente conhecido. Perguntei-lhe de pronto: “Você conhece Dr. Stanislaw Burzynski? Já ouviu falar do Dr. Max Gerson?” Não, nada, nunca. Pudera, inseridos que estamos neste establishment de aflições ora declaradas, ora provocadas pelo capitalismo selvagem e desenfreado. Ele iria adquirir uma primeira dose de um remédio que custava, só uma única dose, R$48 mil. Ao todo, eram “necessárias” oito doses. Seu tratamento integral, ortodoxo, a bagatela de R$1 milhão, motivo de ação contra a operadora de seu plano de saúde. Magérrimo, calvo, fácies neoplásica, ele havia chegado do hospital a cinco dias. Um exemplar fenotípico da quimioterapia, conhecida (mas nem tão reconhecida) nos EUA por “killer therapy”. Disse a ele que era apenas uma sugestão, que esquecesse que fui eu quem lhe indicou, e que se concentrasse em um dos tratamentos, mas não era obrigatório. Ele respondeu com veemência: “Sou eu o maior interessado”. Então eu complementei dizendo que nós, todos nós, somos reféns das grandes indústrias mundiais: a bélica, a midiática, a tabageira (é errado falar tabagista) e a farmacêutico-bioquímica, dentre outras de menor porte, mas igualmente nocivas. Não continuei argumentação, apenas recomendei que ele assistisse aos vídeos, tirando suas próprias e reveladoras conclusões: o câncer tem cura. Mas é outro tipo de tratamento, longe da Medicina convencional e atrelada aos protocolos internacionais que ditam as multibilionárias terapias medicamentosas do mal disfarçado de terapêutica. O problema, é que nós (o mundo) não temos acesso a esta informação. Contam-nos de Dunga, da crise econômica, do novo super-herói Sérgio Moro, da redução da maioridade penal, criminalidade, sexismo e novelas, tudo na versão que lhes convém: fragmentária, não reflexiva nem contextualizada e sempre comprometida com o interessado anunciante. Não sabemos muito sobre o sal da Terra, menos ainda sobre os genes antineoplásicos, ou inibidores dos oncogenes. Nem sobre a importância da alimentação, do café orgânico, da linhaça e dos compostos à base de Potássio, enfim, das terapias naturais: em ambos os documentários, a verdade sobre o câncer. O problema, é que nós (o mundo), não estamos acostumados a lidar com a verdade: o controle social, é uma forma de dominação cujo poder é exercido transnacionalmente. Poucas dezenas de famílias controlam a vida no planeta através dos instrumentos indústrias & mídia, enjaulando no cárcere da ignorância pelo desconhecimento, bilhões de pessoas, vítimas do sistema, algozes das próprias esperanças. Pasme-se: hoje é aniversário dele! E eu nem sabia! Será que dei-lhe um presente? Ou foi O presente? Hermenêutica Social, pra que te quero...
BELIEVE IT OR NOT. Mas depois de assistir, é claro...
Saio pela tangente, recomendando aos leitores desta simplória coluna - a qual não tem pretensão de ser pedagógica nem “martiresca”, apenas ocorreu por uma ideia de movimento, civismo, exercício de cidadania e coisas do gênero, uma luz daquele algo a mais a se fazer na vida - dois links (regardez, s’il vous plait) e boa formação de opinião:
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