A
poesia sobrevive,
Nas
mãos de quem a escreve
E
quem faz isso,
Sobrevive
na poesia:
Relação
de mútua dependência
Nem
psíquica, nem física
Apenas
histórica
Já
que não temos um amor para contar...
As
palavras não são bonitas,
Se
isoladas
Elas
podem ficar bonitas em frases
Por
sua vez, as frases
Não
são bonitas se isoladas
Mas
elas podem ficar bonitas em textos
Estes,
os textos
Só
são bonitos quando encontram abrigo em alguém
Textos
que ninguém abraça,
Sucumbem
ao clima
Ao
clima árido
Que
transforma toda beleza
Em
esqueletos de letras,
No
desértico solo da vida...
Um
homem maduro
Fruto
único de árvore distinta
Chegou
até aqui
Sem
apoio
Sem
reconhecimento
Sem
sentimentos mútuos..
Vida
singular
Para
um homem simples
Sem
duplicar, nem multiplicar
Ausências
sob sua copa
Pois
não se encontra sombra
Onde
nunca bateu o sol...
O
desamor, foi meu maior professor
Numa
escola pública abandonada
Invadida
pelos ratos da indiferença
Que
corroem a minha ponta de esperança..
O
caminhão do lixo reciclável
Corta
o início da madrugada
Acorda
minha insônia
Lembrando-me
que não mais tenho
O
que deixar para ser transformado...
Passado
Poeira
presente
Varrida,
fez-se ausente
Do
futuro que pede hoje na porta da frente
Uma
chance para entrar...
Transição
Findas,
todas as missas,
Laicas
de enésimos dias para todos os desamores
Hora
de ateísmo,
De
sair do templo
Do
templo de minha solidão.
Quando
chega uma alegria
Vai-se
uma lágrima de certeza
Substituída
por outra de possibilidade..
Existem
várias espécies de lágrimas
Alegria,
Uma
só.
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