sexta-feira, 26 de junho de 2015

Anaïs Nin Tupiniquim


 ‘Quando a pornografia invade parte de mim...’ 



 O futebol passa na tela 
 Janela fechada pro mundo da noite 
 Escrevendo o corpo dela 
 Com meu pau, 
 Caralho de açoite 


 Abra tuas asas pernas 
 Que mergulhão corto teus céus 
 Divido-te em dois sóis 
 Entre o teu gozo 
 E a nossa vida.. 


 Lábios úmidos teus 
 Bebo de teu córrego 
 Escorro até o rego 
 Nado em língua 
 O avesso de prazer 
 Do teu mundo ao contrário 
 De tudo o que podemos ser 


 Separa teu indicador 
 Junta com o médio 
 Banha-os em tua jugal 
 Aproximando mucosas 
 Rosas 
 Desabrochando teu, 
 Clitóris em flor 
 E vai de livre e soberano encontro 
 Àquilo tudo que tu gozas... 


 Um avião 
 Um automóvel 
 Uma cama 
 Dois corpos 
 Duas genitálias 
 Três orifícios 
 Quatro mãos 
 Cinco orgasmos 
 Nenhum tempo 
 Mas todos os sentidos... 


 Deita teus peitos sobre a mesa 
 Sobremesa minha 
 Buceta tesa 
 Onde a glande passeia 
 Toca pilão de paçoca 
 Piroca que te faz Rainha.. 


 Putos 
 Os prostitutos 
 Que não cobram tributos 
 Quando satisfazem egos 
 Dos amores cegos 
 Onde só cabe sexo 
 Sem espaço pra nexo 


 No sofá 
 Ela sentou no encosto 
 Em compasso de pernas 
 Abriu seu rosto 
 Cerrou os olhos 
 Gritou Brasil 
 Meu pau de anil 
 Minha puta varonil 
 Sou teu quengo vil 
 Querendo que o amor 
 Ouça independência e vida.. 


 A língua fugiu da boca 
 Correu solta 
 Pelos campos do corpo inteiro 
 Dos dedos do pé 
 Pelos mamilos rígidos 
 Até os ouvidos da alma 
 Bandida, 
 Pornográfica 
 E tão carinhosa, criminosa boca 
 Tão sorridente quando você goza. 


 Teus seios 
 Teus seios 
 Seios, 
 Sou filhote.. 
 Teus bicos 
 Teus bicos 
 Bicos, 
 Gaivota.. 
 Ícaro, sou pássaro-homem 
 Voando pelo céu de teu peito 
 Quase no sol do teu amor.. 


 Olha pro meu ventre 
 Pau duro sob a calça 
 Põe tua mão e sente 
 Carne tua 
 Pedaço meu 
 Quero que digas nua 
 Que ele já te fodeu 


 De vestido 
 Sem calcinha 
 Livre bucetinha 
 Passeia sozinha 
 Pelos becos de minha casa 
 Em noite perigosa 
 Tão gostosa 
 Não sabe que é madrinha 
 Já cuida deste abandonado 
 Tutora de felicidade minha.. 


 Falta-me teu corpo 
 Pra traduzir minha ereção 
 Explicar meu leite 
 E o sentido desse tesão 
 Vem sem medo do sexo 
 Que ele é mais um nexo 
 Pra nossa união 


 Estou saindo 
 Deixo-te em gerúndio 
 Em movimento se masturbando  
 Seus dedos exercitando.. 
 Logo estou chegando 
 E a gente de novo metendo 
 Coisas toscas falando 
 Pela pobreza que sou escrevendo 


 Toda palavra 
 Pede saliva 
 Falar de sexo sem boca 
 É escrever sem papel 
 Na idiotice da distância 
 Que tortura o desejo 
 Mas fortifica o dossel. 


 Pau 
 Liso feito mármore 
 Duro que nem xilema 
 Comeu o cu do poema 
 Pensando que era arte.. 
 Pura orgia travertina 
 Pois os covardes são de Marte 


 No chuveiro 
 Ela empinou o traseiro 
 Água quente encharcando a bunda 
 Penetração profunda 
 Galopante movimento 
 Delícia de tormento  
 Gozar junto com a amante.. 


 Estas frases são 
 Ejaculações insanas 
 É só limpar 
 E ir ler algo que preste. 


 Sexo não cabe rima 
 Nem o pênis só na vagina 
 Cala a boca filho da puta 
 Que não sabe o que é literatura.. 




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