‘Quando a pornografia invade parte de mim...’
O futebol passa na tela
Janela fechada pro mundo da noite
Escrevendo o corpo dela
Com meu pau,
Caralho de açoite
Abra tuas asas pernas
Que mergulhão corto teus céus
Divido-te em dois sóis
Entre o teu gozo
E a nossa vida..
Lábios úmidos teus
Bebo de teu córrego
Escorro até o rego
Nado em língua
O avesso de prazer
Do teu mundo ao contrário
De tudo o que podemos ser
Separa teu indicador
Junta com o médio
Banha-os em tua jugal
Aproximando mucosas
Rosas
Desabrochando teu,
Clitóris em flor
E vai de livre e soberano
encontro
Àquilo tudo que tu gozas...
Um avião
Um automóvel
Uma cama
Dois corpos
Duas genitálias
Três orifícios
Quatro mãos
Cinco orgasmos
Nenhum tempo
Mas todos os sentidos...
Deita teus peitos sobre a mesa
Sobremesa minha
Buceta tesa
Onde a glande passeia
Toca pilão de paçoca
Piroca que te faz Rainha..
Putos
Os prostitutos
Que não cobram tributos
Quando satisfazem egos
Dos amores cegos
Onde só cabe sexo
Sem espaço pra nexo
No sofá
Ela sentou no encosto
Em compasso de pernas
Abriu seu rosto
Cerrou os olhos
Gritou Brasil
Meu pau de anil
Minha puta varonil
Sou teu quengo vil
Querendo que o amor
Ouça independência e vida..
A língua fugiu da boca
Correu solta
Pelos campos do corpo inteiro
Dos dedos do pé
Pelos mamilos rígidos
Até os ouvidos da alma
Bandida,
Pornográfica
E tão carinhosa, criminosa boca
Tão sorridente quando você goza.
Teus seios
Teus seios
Seios,
Sou filhote..
Teus bicos
Teus bicos
Bicos,
Gaivota..
Ícaro, sou pássaro-homem
Voando pelo céu de teu peito
Quase no sol do teu amor..
Olha pro meu ventre
Pau duro sob a calça
Põe tua mão e sente
Carne tua
Pedaço meu
Quero que digas nua
Que ele já te fodeu
De vestido
Sem calcinha
Livre bucetinha
Passeia sozinha
Pelos becos de minha casa
Em noite perigosa
Tão gostosa
Não sabe que é madrinha
Já cuida deste abandonado
Tutora de felicidade minha..
Falta-me teu corpo
Pra traduzir minha ereção
Explicar meu leite
E o sentido desse tesão
Vem sem medo do sexo
Que ele é mais um nexo
Pra nossa união
Estou saindo
Deixo-te em gerúndio
Em movimento se masturbando
Seus dedos exercitando..
Logo estou chegando
E a gente de novo metendo
Coisas toscas falando
Pela pobreza que sou escrevendo
Toda palavra
Pede saliva
Falar de sexo sem boca
É escrever sem papel
Na idiotice da distância
Que tortura o desejo
Mas fortifica o dossel.
Pau
Liso feito mármore
Duro que nem xilema
Comeu o cu do poema
Pensando que era arte..
Pura orgia travertina
Pois os covardes são de Marte
No chuveiro
Ela empinou o traseiro
Água quente encharcando a bunda
Penetração profunda
Galopante movimento
Delícia de tormento
Gozar junto com a amante..
Estas frases são
Ejaculações insanas
É só limpar
E ir ler algo que preste.
Sexo não cabe rima
Nem o pênis só na vagina
Cala a boca filho da puta
Que não sabe o que é literatura..