raios
na noite, pobre luar
perdeu
espaço de tanto lamento
tormento
que não viceja
além
dos neons
aquém
de alguém
que
não sai a vagar
resta
refém
de
sereno as folhas molhar
na
vida traduzida
quase
nunca vivida
sob
luz solar...
secas
de outono no chão as folhas
hino
frio de menino vadio
sem
brincar na soleira do temporal
que
assola dos pais a união
a
natureza em volta observa
um
canto melhor para a infância passar
um
jeito melhor para começar adolescente,
ou
inverno
a
ver outras formas de violência
menos
cruéis que a do tempo
estações
que não cabem em casa
ali,
onde
nunca foi lar...
o
trauma da lâmina sem corte visível
de
uma vez que era pouco e se feriu
dói
na memória muda dor e surda
restando
transformar a cada volta
em
fins tudo que se acabou
em
começo o que não veio
e em esperança o que não sobrestará...
voltas
e retornos e trevos
raros
nas estradas
turbilhões
nas vidas
em
círculos
regressos
e retrocessos e insucessos
descaminhos
que
o povo arde mas disseca
pele
que não quer mudar de cor
só
porque não quer,
mudar..
dá-me
um chão
só
para eu pisar
porque
minhas mãos
têm
a sina de desacompanhar
não
tocam
não
pegam
não
seguram
e
jamais irão abraçar
por
isso é que eu ando
ou
pretendo apenas caminhar..
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