O CAPITÃO CLANDESTINO
Então
a guarda costeira interceptou aquele barco:
-
Ei, Marinheiro! Aonde pensa que vai?
-
A nenhum lugar determinado, estou apenas a navegar.
-
Mas como é que alguém se lança no mar sem destino?
-
Qual o problema? Tem tanta gente que vive em terra firme sem saber aonde ir...
-
É, mas aqui é muito perigoso.
-
Depende, do que o senhor considera perigo.
-
Você está muito longe da costa. Daqui a pouco acaba o território marinho
nacional.
-
Sim, eu sei. Mas as águas internacionais não devem ser muito diferentes das
nossas.
-
Mas é que lá não há proteção.
-
Para que as pessoas precisam de proteção?
-
Acidentes, panes, somalis...
-
Não costumo viver pensando no pior pela frente. Já basta tudo aquilo que eu
aprendi.
-
Você está se arriscando, eu avisei.
-
Obrigado pela atenção. Vou me cuidar, não se preocupe.
-
Tem mais alguém com você na embarcação?
-
Não. Pode verificar.
O
policial entrou, revistou tudo. Interpelou:
-
Nossa! Tudo bem algumas fotografias e o violão, mas para que aquele monte de livros
e de CDs lá dentro?
-
É o que eu trago de valor, sempre comigo aonde for.
-
Mas se o barco afundar, você perderá tudo!
-
Sou eu o Capitão da minha vida...
"Oceano" / Djavan - por Danilo Oliveira
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