A aranha morta
Esmagada
Outro futuro fóssil
Na terra tombada de minhas
companhias..
Pássaros antecipam o dia
Em cantoria vadia de alegria..
Pra cá da janela
Eu ainda com essa mania,
Da indolência pelos
amanheceres..
Deitei bem mais cedo
Desviei da solidão da noitinha
Acordei no meio da madrugada
Era a solidão que me chamava
sozinha..
A cada luz que apago
Acende uma nova poesia
Se eu soubesse escrever no
escuro
Poeta eu não seria..
Moro longe da praia
Mas essas ondas não param
É que vivo dentro das pedras
Quando a vida é mineral
Ela independe do local...
Que dó dos amantes
Sonham mentiras
Acordam organismos
Só para ver até onde vai
Outra aventura já conhecida...
Trocou de mulher
Deu o mesmo que para aquela
Não se reinventou
Que essa trocou de homem..
Novos são os começos,
Até quando conseguem esconder
Os mesmos meios e fins...
Três e vinte
Levantei vigília
Som do relógio
É passarinho que não pia
O que fazer com esse tempo nas
mãos
Senão mais poesia?
Sem boca para amar
Desejei corpos
Até cansar disso tudo
Quando me converti à solidão
Celibato
Solidão besta
Essa doutrina que eu não
inventei...
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