sábado, 26 de março de 2016

Circunstâncias METROPOLITANAS.



 Taxis que passam ocupados. 
 Três pistas que se transformam em duas. 
 Veículos de firmas se sentindo em autódromos. 
 Carrões importados trafegando como em ruas privadas. 
 Ignorância perigosa ao trânsito compartilhado de bicicletas. 
 Buracos resistentes ao peso mas suscetíveis às chuvas. 
 Pedestres andando no meio da rua ao lado da calçada. 
 Povo espremido nos ônibus-modelo. 
 Gente que se cruza e se olha mas não se cumprimenta. 
 Estabelecimentos particulares que invadem calçadas públicas. 
 Cheiros esquisitos semelhantes ao esgoto de economia mista. 
 Trabalhadores circulando com crachá na hora do almoço. 
 Pessoas com jalecos fora do ambiente clínico. 
 Matos que ninguém corta. 
 Caçambas de resíduos com lixo vegetal. 
 Árvores enormes fazendo aniversário de morte. 
 Asfaltos com obsolescência não programada. 
 Mulheres a pé depois das aulas da noite. 
 Parques com sol insuficiente. 
 Céus poluídos com menos azuis e mais nuvens cinzas. 
 Legiões de dependentes psíquicos dos smartphones. 
 Servidores públicos evanescentes. 
 Quarenta tons de pombas. 
 Cães eternamente viralatas. 
 Profissionais do sexo amanhecendo neons. 
 Mendigos covardemente esquecidos. 
 Menores cruelmente abandonados. 
 Músicos refugiados nos canto dos bares; 
 Poetas escondidos no breu dos becos.. 
 e a solidão das pessoas disfarçadas pelo vestuário... 


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