Taxis
que passam ocupados.
Três
pistas que se transformam em duas.
Veículos
de firmas se sentindo em autódromos.
Carrões
importados trafegando como em ruas privadas.
Ignorância
perigosa ao trânsito compartilhado de bicicletas.
Buracos
resistentes ao peso mas suscetíveis às chuvas.
Pedestres
andando no meio da rua ao lado da calçada.
Povo espremido nos ônibus-modelo.
Gente
que se cruza e se olha mas não se cumprimenta.
Estabelecimentos particulares que invadem calçadas públicas.
Cheiros
esquisitos semelhantes ao esgoto de economia mista.
Trabalhadores
circulando com crachá na hora do almoço.
Pessoas
com jalecos fora do ambiente clínico.
Matos
que ninguém corta.
Caçambas
de resíduos com lixo vegetal.
Árvores enormes fazendo aniversário de morte.
Asfaltos
com obsolescência não programada.
Mulheres
a pé depois das aulas da noite.
Parques
com sol insuficiente.
Céus poluídos com menos azuis e mais nuvens cinzas.
Céus poluídos com menos azuis e mais nuvens cinzas.
Legiões
de dependentes psíquicos dos smartphones.
Servidores
públicos evanescentes.
Quarenta tons de pombas.
Quarenta tons de pombas.
Cães eternamente
viralatas.
Profissionais do sexo amanhecendo neons.
Mendigos
covardemente esquecidos.
Menores
cruelmente abandonados.
Músicos
refugiados nos canto dos bares;
Poetas
escondidos no breu dos becos..
e a solidão das pessoas disfarçadas pelo vestuário...
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