quarta-feira, 22 de novembro de 2017

7 Dissonantes



Acalme-se
No fundo do poço,
Ainda existe uma tampa...


Não basta água
Há de ser gelada
Para a incendiada garganta
Não se salvaram palavras,
    queimadas
Árido ouvido alheio
Desertos com portais
Que eu beduíno, desvio
De toda forma de calor
de voz
ou de amor...
tudo isso é miragem
tudo mesmo, bobagem.


O mar recuou
Sinto daqui,
     do planalto
Onde a terra não avança
Ela se abre em fendas,
Invisíveis e sem vitaminas
Nem sais, que fossem minerais
A decompor
Todo esse teu desamor...


A idade
O sono
A memória
Os sorrisos morrendo,
    em uma rede na sacada
Foi tempo perdido sim
Devia ter errado mais
E assim, ter menos a lembrar
Pois o que mais dói
É o que não aconteceu...


Hoje eu escrevi
Na página de um amigo
Não era livro meu
É porque hoje eu tomei chá
Meu café morreu
Não faço livro,
Apenas,
    expulso páginas de mim...                                                                                                                      


O sentido de escrever
Seria em tese, alguém ler
Muitas teses quebram
Porque teses são barreiras,
    na estrada do viver
Contam o que há ali em volta,
    da barreira
Mas a estrada continua, além
E aquele sentido, está no fim...
Escrevo porque não vivo
O que queria dentro de mim.


Descobriu pedra rara
Não pôde lapidar
Deixou-a na natureza
Com ele,
    não seria sempre pedra...
e de volta à natureza
ela tornou a ser só, pedra
seria rara, apenas
no momento da descoberta
ou enquanto fosse lapidada
dois tempos
é o que dizem ser amor...



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