quarta-feira, 13 de julho de 2016

Mondo Aspro




 Um céu de verão moscovita 
 A simpática violeira sempre sorridente 
 O patrício expert em pescaria 
 E as novas do clube esportivo.. 
 É o que lhe basta 
 Para saber deste mundo bastardo... 


 Voltar 
 Para um lugar permanente 
 De onde jamais se saiu 
 Apenas se fingiu 
 Uma alforria impossível... 


 Inverno molhado 
 Sempre foi assim 
 Teimoso, insisto 
 Tal qual na falta de querubins.. 


 Tentei a rima 
 Tentei amar 
 Tudo em vão 
 Coisas só para especialistas 
 Em decoração de exteriores... 


 O horizonte 
 Não fica lá onde se imagina 
 É apenas um espelho, no verso 
 Da porta que ainda não abrimos.. 


 Pessoas deitadas pelas noites frias 
 Cobertores úmidos sobre as calçadas
 Restos mais outros erres sob as marquises 
 E o calor da coisa pública 
 Na lareira dos homúnculos individualistas.. 


 As ondas do rádio 
 Trazem poucas garrafas de música 
 E muitos engradados de desesperança 
 Para o botequim dos espectadores 
 Passivos de tanto acreditar.. 


 A família dos próprios europeus 
 Está asilando o velho continente... 


 Eu preciso de água 
 Muita água 
 Tamanha esta sede 
 Que sinto do nada... 


 Há um paraíso 
 Bem pertinho de você 
 O meu, 
 Fica um pouco antes de mim... 


 Minha casa tão engraçada 
 Paredes de livros 
 Chão de areia 
 Cama de rede 
 E um violão para sombrear... 


 Um rancho 
 Sem galinhas nem vaquinhas 
 Tão fundo quanto o vale 
 É o que me vale encontrar... 


 Saudades da montanha 
 Seu percurso 
 Floresta intocável 
 Onde eu era apenas outro animal... 


 Depois do fim das coisas 
 Nós continuamos 
 Até perceber 
 O quanto o tudo é infinito 
 E o quanto o nada foi efêmero... 


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