quarta-feira, 20 de julho de 2016

CAFONIA - O LADO BREGA DA POESIA




 Meus nervos, 
     a plateia 
 Tua boca, 
     o palco 
 Tua poesia, 
     o maior espetáculo da minha Terra.. 


 Conviver com ela 
 É lutar permanentemente contra os duplos sentidos 
 Não aquilo ela deixa no ar 
 Mas aqueles que eu prendo em meus pulmões... 


 Não cale tua mão 
 Que eu não posso trancar meu peito 
 É tu escrevendo daquele jeito 
 Que meu sangue flui com permissão... 


 Nós dois 
 De mãos dadas pela praia 
 Na beira passa uma arraia 
 Nos beijamos logo depois... 


 Eu, amante 
 Do teu amor, pedante 
 Infante sentimento 
 Que tu deixaste para trás... 


 Já somos antigos 
 Mas tu, ainda moderninha 
 Tranca-te na casinha 
 E só sai com amigos... 


 Minhas palavras são velhas, 
     disseram uma vez 
 Noutras vezes, calaram 
 Porque não conheciam outras palavras... 


 Vem, neném 
 Te embalo como ninguém 
 Na rede do sol 
 Até pegares no sono 
 Como o novo arrebol 
 Anunciando o outono... 


 Dei-te flores 
 Mas não te dei amor 
 Fiz o contrário 
 Soubesse, 
 Teria deitado teu calor... 


 Cabeça de boneca 
 Viro menininha 
 E brinco contigo a vida inteira 
 Enquanto for amor 
 É cafuné na cabeleira... 


 Abro a porta do carro 
 Entras com vestido delicado 
 Queria estar pelado 
 Ao teu lado, 
 Fazendo sarro... 


 Morreu minha madrinha 
 Foi-se o meu anjo da guarda 
 Espantei o diabo de tua cozinha 
 Dizendo ele que tu eras casada... 


 Por volta dos cinquenta 
 Um amor nascente 
 Só mesmo isso 
 Pra virar adolescente... 


 Que idade tem meu sentimento 
 Se a modernidade inverte valores 
 Morro de amores 
 E não te desisto um só momento... 


 Ai, ai 
 Deixo aberto o peito 
 E daqui tu nunca sai 
 Vou pegar muitas gripes 
 Por tua friagem desse jeito... 


 Vamos morar no nordeste 
 Lá tem praia 
 Eu de bermuda, você de saia 
 Longe do ardil deste sul da peste 


 U' amor não correspondido 
 Tão jacu, tão querido 
 Contemporâneo ser ferido 
 E a moda que ela nem viu a cor... 


 Já falei demais 
 Parti para a ignorância 
 Escrevo hoje como na infância 
 Teu amor como era o dos meus pais... 


 Um nobre sentimento, 
     quando fora do tempo 
 Sei que sai de moda 
 Mas deixa nus, 
      dois corações 
 Ao léu das quatro estações... 


 Baby, minha amada 
 Quero tocar pra você 
 Depois do amor na madrugada 
 Essa música doce 
 Como se bombom seu eu fosse 
 E você, 
 A eterna namorada... 


"Impossível Acreditar Que Perdi Você" - Márcio Greyck
               por Três Meninas do Brasil

"Você Não me ensinou a Te Esquecer" - Fernando Mendes e outros
                                                                            por Erika Rodrigues

"Manhãs de Setembro" - Vanusa
por Alvimar & Glória


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