Meus
nervos,
a plateia
Tua
boca,
o palco
Tua
poesia,
o maior espetáculo da minha Terra..
Conviver
com ela
É
lutar permanentemente contra os duplos sentidos
Não aquilo ela deixa no ar
Mas
aqueles que eu prendo em meus pulmões...
Não
cale tua mão
Que
eu não posso trancar meu peito
É tu escrevendo daquele jeito
Que
meu sangue flui com permissão...
Nós
dois
De
mãos dadas pela praia
Na
beira passa uma arraia
Nos
beijamos logo depois...
Eu,
amante
Do
teu amor, pedante
Infante sentimento
Que
tu deixaste para trás...
Já
somos antigos
Mas
tu, ainda moderninha
Tranca-te
na casinha
E
só sai com amigos...
Minhas
palavras são velhas,
disseram uma vez
Noutras
vezes, calaram
Porque
não conheciam outras palavras...
Vem,
neném
Te
embalo como ninguém
Na
rede do sol
Até
pegares no sono
Como o novo arrebol
Anunciando o outono...
Anunciando o outono...
Dei-te
flores
Mas
não te dei amor
Fiz
o contrário
Soubesse,
Teria deitado teu calor...
Cabeça
de boneca
Viro
menininha
E
brinco contigo a vida inteira
Enquanto
for amor
É
cafuné na cabeleira...
Abro
a porta do carro
Entras
com vestido delicado
Queria
estar pelado
Ao
teu lado,
Fazendo
sarro...
Morreu
minha madrinha
Foi-se
o meu anjo da guarda
Espantei
o diabo de tua cozinha
Dizendo ele que tu eras casada...
Por
volta dos cinquenta
Um
amor nascente
Só
mesmo isso
Pra
virar adolescente...
Que
idade tem meu sentimento
Se
a modernidade inverte valores
Morro
de amores
E
não te desisto um só momento...
Ai,
ai
Deixo
aberto o peito
E
daqui tu nunca sai
Vou
pegar muitas gripes
Por
tua friagem desse jeito...
Vamos
morar no nordeste
Lá
tem praia
Eu de bermuda, você de saia
Longe
do ardil deste sul da peste
U' amor não correspondido
Tão jacu, tão querido
Contemporâneo ser ferido
E a moda que ela nem viu a cor...
Já
falei demais
Parti
para a ignorância
Escrevo
hoje como na infância
Teu
amor como era o dos meus pais...
Um nobre sentimento,
quando fora do tempo
Sei que sai de moda
Mas deixa nus,
dois
corações
Ao léu das quatro estações...
Baby, minha amada
Quero tocar pra você
Depois do amor na madrugada
Essa música doce
Como se bombom seu eu fosse
E você,
A eterna namorada...
Ao léu das quatro estações...
Baby, minha amada
Quero tocar pra você
Depois do amor na madrugada
Essa música doce
Como se bombom seu eu fosse
E você,
A eterna namorada...
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