O que se faz
importante saber? Depois de tanto aprendizado, ainda resta algo em aberto em
cada história. Sim, há muitas dúvidas, sobre diversos assuntos. Parte delas, é
fruto de indignação, em razão de que o mundo poderia ser bem melhor. Outra
parte, é raiz profunda, de problemas que não conseguimos resolver, pois a
solução não depende só da gente. Mas tem uma coisa que não é fruto nem raiz. É
aquilo que, geralmente, está aos nossos olhos. Não sabemos olhar direito,
talvez por vergonha, medo, essas coisas juvenis próprias da inexperiência que
ainda mantemos diante do novo. E será sempre novo, já que não mergulhamos. E
prosseguimos, sem saber. Um determinado conhecimento que serviria como um dever
a ser cumprido, por simples obediência à natureza humana. Deixar de lado, é o máximo que conseguimos. A negação. Negação
de um fato, de uma condição, de uma essência. Essa distância, mantém o mistério,
coisa que deixa a vida em aberto, para não dizer que permitimos que ela passe em
branco em relação àquilo. Cada qual de nós possui o seu enigma. Falta a mim, a
você, à sua vizinha, ao seu amante, à balconista, ao jornaleiro e à esgrimista
o enfrentamento de uma determinada situação. Resta saber se o mistério é identificar
o instrumento pelo qual nós começaríamos a encará-la, ou se o mistério está nas
consequências da assunção deste desafio. Não há dois mistérios. Existe apenas
uma chave. O tempo, é uma casa. Assim, exige manutenção. Uma casa bem cuidada,
é abrigo. Não podemos abandoná-la sem o devido zelo. É preciso descobrir essa
chave, que abre uma entrada nesta casa. Lá dentro, tem um quarto. Um cômodo onde
não há paredes, divisórias. Mas tem uma janela aberta para a vida. Aos pés da
cama, um tapete escrito “feliz”. Para lá da janela, a “cidade”. Que cada um de
nós busque a sua questão. Aproveite a condição de habitante, encontre a sua
chave. Assim, a poesia vai deixando de ser de alumínio, e aos poucos vai se transformando
em ouro. Sem alquimia, sem magia. Mas com habilidade, com amor. Com o seu amor.
O amor não é resposta. É a pergunta que move os indivíduos na direção do seu
autoconhecimento. Quem, verdadeiramente, lhe ama?
Nenhum comentário:
Postar um comentário