quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Poema das Milhas Mortas


 Poema das Milhas Mortas 

 A areia da praia no vidro de ontem 
 O lembrar de Célia na porta da história 
 O riso do bêbado na mesa do canto 
 O jeito do pobre na fila do banco 
 O anel de formatura no fundo da caixa 
 A dor do futuro no meio do hoje 
 A lágrima do peito no beiral dos olhos 
 A marca da solidão ao redor da casa 
 O vazio da noite à beira da estrada 
 O gole de água no caminho do nada 
 A falta de sentido no fim da vida 
 A cruz do nunca no centro do amanhã.. 
     as doze linhas em quase treze sílabas, 
     e os meus sete tempos de chance... 




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