domingo, 10 de janeiro de 2016

Miss Celânea 5



Insetos,
Mais leves que o ar
Tiram nosso sangue
Mais pesado que a água..
Pessoas,
Mais leves que a terra
Tiram nosso amor,
Mais pesado que o fogo..


A gota cai do teto
No breu do quarto noturno
Avisa que é mais uma chuva
Abortando o sol que não virá..
Criminosa natureza
Esta mesma que me liberta,
Da madrugada nas manhãs... 


Perto do mar,
Mexeu na rocha do passado
Ela não se moveu
Apenas saiu o limo sobre a história
Limo,
Que é a lápide do jamais
Aviso de que devemos respeitar,
Tudo o que nunca mais será...


Domingo traz manhã
Chovendo poesias
Corpo papel
Molhando de sensações..
É vida que se manifesta
Sobre algo que insistimos em velar...


Fui buscar alegria
Para mudar a poesia
Antipatia
Não deu harmonia...


Poesia pegou estrada
A pé, na vida
Foi atropelada
Virou conto
Intifada
Revoltando-se contra os velozes
Que não tem carinho para ler,
    à beira de um caminho...


Filhos
Em época de transição de paradigma
É como ensinar moral e cívica...
Uma aula de ontem,
Dada no amanhã..


Não tenho companheira
Fugirei com a fotografia
Para que eu possa ver depois
Que eu fui tempo presente..


Ela mandou aparar os mamilos
Proeminentes,
Despertavam cobiça alheia
Perigo de se entregar
A quem lhe desejasse de verdade
Muito além das superfícies..


Determinada,
A inspiração nunca morre
Vai-se embora para o desconhecido...


Escolher caminhos
Rejeitar pessoas
Expandir em si mesmo
Como é dura,
    essa vida de indignação..


Passe rápido,
Não se demore em minhas frases
Periga virarem textos
E você entender o que eu falo...
    não preciso que me entendam
    eu só quero poder dizer
    enquanto eu não estiver mudo.
Vá para onde não há palavras
Ou onde elas sejam bonitas
É tão fácil não precisar ler
É tão simples contemplar...


Escrita
Instrumento de libertação
Da voz que não chega em lugar algum...


Sangue
Na porta da vida
É meu
Sem ferida
Pode ser um corte interno
Coisas deste meu inverno
Que matou-me as outras estações...


Não vim para ser feliz
Vivo para ser poeta
Uma alegria sem estrada
Que ao findar,
Vai dar em algo
Que eu possa considerar alguma coisa..



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