Tenho meu melhor poema
Mas não o decorei
Assim como há outras coisas,
Melhores em mim
Mas,
ainda as desconheço...
Levei flores,
tomei descaso
Mostrei frases,
ganhei frieza
Ofereci colo,
tive ausência
Dei carne,
Nem copo d´água serviram...
Os dedos mergulham nas teclas
Neste mar noturno de mim
A tela,
feito lua
Sem barco que navegasse,
Vou me afogando assim
Renasço à meia-noite
E morro na alvorada
Vivo só a madrugada
Sem sol,
nem zepelim...
Fui ver o meu sonho
Ele estava no lugar
Quem se perde sou eu
Que ainda rejeita lençóis...
Três casas boas
Três distantes da praia
Três Terezas nuas
Púbis em samambaia
Ando até o mar
Me embrenhando até os ventres
Ventura quente
Essa de se refrescar...
Perdi a manha
De conquistar alguém
Desnudo-me por inteiro
E o medo nelas vem
Pois elas, nuas
Escondem alguém
Atrás dos olhos
No canto da boca
No gemido preso
O gozo trocado
O gesto pecado
Foder com quem se tem...
A cadela na janela
Sorri feito banguela
Vida de mordidas
E lamber pra não virar feridas
Estendo o braço na cama
Mar deserto
Deserto de areia
Areia aqui e acolá
Olhos marcados
De tanto não enxergar
Que o espaço não existe
Solitude é o que há..
Não me chame pra conversar
Sobre amor
Nada há a declarar..
Se existe curitibano
Sou eu em negar essa natureza...
Venha
Dispa-me até o céu cair
Morda meus braços
Quando ele lhe tocar
A lua nas costas
Peso da natureza
De quem não sabe levar..
Hoje, recusei o sol
Nessas bandas sempre nubladas
Não estou acostumado,
A um aperto de mão...
Matei mais um fim de semana
Que o tédio não velou
Foi a luz de cabeceira
Que o teu amor apagou..
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