sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Solstício Prematuro


 Hora e meia de sono 
 E o despertar sem razão 
 Logo após a meia-noite 
 O tormento da vigília 
 Início do voo noturno 
 Por onde eu não devia 
 Até chegar aquela presença 
 Que tarda, mas não se vai 
 E fica 
 E não sai 
 E domina 
 E eu gosto 
 Pois me aproximo 
 Pareço viver 
 Sentindo companhia 
 Imaginando conversas 
 Realizando frases 
 Viajamos no mundo 
 Neste sonho acordado 
 Cavalo alado me conduz 
 Para onde tudo acontece 
 A gente se aquece 
 Em pleno luar 
 Não preciso de janelas 
 Sei que vagam por lá 
 O astro 
 E ela 
 E eu 
 E meu rastro triste de lembrar 
 Que é lua que não me vê 
 Mulher que não me ama 
 Um beijo imaginário 
 Na boca da madrugada 
 O amor que se foi 
 E me deixou a escuridão 
 Coração lampião 
 Cangaceiro de minhas noites 
 Herói da nossa sobrevida... 





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