terça-feira, 15 de novembro de 2016

CURTA -- cronoMETRAGEM


CAIS BRASIL 

Quando. Quando o tempo chega absoluto. Marcas do que não houve, sobre a pele que resiste branca. O humor, faleceu nas mãos dos homens. Quando tudo já não está mais junto. Há muito pouco por aqui, que é o tanto que se tem como essencial. Música linda que faz corar e tocar a sensibilidade. Velho homem, quase não brinca, mas separa. A tristeza das coisas escoa pela restinga. O mar volta, e com ele o caminho de sal e sol, abre imensa extensão de areia, convite à navegação. Como pode o som fazer pranto, e a poesia emocionar? Não é a idade que permite, é a experiência, particular. Voltada para a finalidade de que, quando no fim, já não exista mais o que se encerrar. Uma transição calma, de muito pouca coisa para o todo nada. O ser fica mais humano, quando se livra. Das coisas que foram algo e agora são coisas as quais, por si só, se resumem a coisas, tão somente. Um solo de instrumento musical, um voo pássaro, onda que quebra no raso, letras que combinam no papel. Virtudes, que permanecerão. Manifestações sem conexão, feito esta. Não havia mais rima, nem bolo de pão-de-ló, nem gritos das crianças, nem latidos. Ou motivos para alegrar o dia. Super lua, sem efeito algum. Eu detesto mel: a vida me reservou outros sabores. Agora, o sorriso tomou conta do ambiente. Já não há mais o que nascer, transformar ou perder...   




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