sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Sessão Namorico



Teu medo, é circunstancial. 
Preso a uma condição de tempo, lugar ou modo que a envolve em determinada situação. 
E assim, torna-se relativo. 
Afastada tal condição, cessa o medo. 
Do escuro, do bicho, da sombra, do amor. 
É ele uma sensação ligada mais ao desconhecido que ao teu corpo. 
Teu corpo, é o contrário disso, pois ele é fortaleza. 
Onde podes guardar todas as armas e armadilhas para tua defesa, mesmo que não ataques, até porque não é esta a guerra. 
Identificar tua casa assim, é preciso. 
Não será noite, nem animal, nem alguém ou nenhuma emoção que te prenderá nos teus lugares. 
Tu, és quem te aprisionas, em clausura própria, a qual chamas de não sei, mas sabe que é medo que não reconheces. 
Imaginas, por um momento, que o amor fosse absoluto. 
E que por isso, ele te trouxesse toda a harmonia de uma companhia. 
Se conseguiste, imaginar, tens a prova de que o temor é circunstância. 
E de que há algo maior que o temor. 
Rima com ele, combina com ele, namora com ele, que é o teu amor... 


    Daíra canta "Pequeno Mapa do Tempo", de Belchior



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