Eu não perco tempo
Apenas,
desperdiço as horas
O tempo,
eu jamais encontrei...
Linear é o tempo
Que sem saber,
Abriga involuntariamente,
minh’alma cíclica
Neste moroso pesadelo
Neste moroso pesadelo
Que se inicia a cada
despertar...
Cinco minutos de tolerância
num estacionamento..
Cinco anos vezes quatro
e aquele casamento,
só na flexibilidade...
na frente da casa antiga
onde entregaram o bebê num cesto,
na varanda do casal que rejeitou-o
puxei apenas mais uma
lembrança:
depois dali,
só existiu um único
apartamento...
Fui lá no passado
Ele não estava
Nem ela..
Revirei o espaço
Encontrei-a
Mas continuamos sem presente...
De sua imagem,
Ficou o vestido preto na
lembrança branca
Cores neutras, que nada
São apenas valores tonais
E meu amor sentencialmente
acromático..
Meu lugar no futuro
Já está lá onde pretendo
O que falta,
É rever a tal pretensão...
A rocha na beira da praia
Meu pênis no deserto...
A
árvore no pé da selva
E
sua vagina no serrado..
tantas possibilidades
mas é totalmente nossa,
essa ignorante distância...
essa ignorante distância...
Enquanto houver sexo
A união se mantém..
Findo,
É a desunião que se mantém..
o contrário,
também é
possível...
Cuide com a duração dos
intervalos
Assim como podem virar rotina,
As relações podem morrer sem
direito a obituário...
Você perde a força,
Quando seus filhos não percebem
sua graça
Você ganha maturidade,
Quando sabe por que...
O que já foi um dia
Jamais volta a ser
Aquilo que parece ter voltado,
É o reaviso do que jamais
será...
Mulher do passado
Dá-me tua mão
Que te reconduzo até o terminal
de embarque
Dou meia volta,
E continuo por terras daqui...
Um dia foi sonhador
Noutro ano,
Virou corno
Até aprender
Que o amor não cabe no sonho
E sim, na vida lá fora
O que vai bem com ele,
o sonho,
Não são os falsos cristais de
açúcar:
É apenas um pouquinho de
goiabada...
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