quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Contos sob a copa das Araucárias


 O BAILE 



Quando ouvir alguém, dizendo que você não conseguirá passar o resto de sua vida sozinho, não é preciso indignar-se. Pois a totalidade das pessoas que pensam assim, é incapaz de se imaginar vivendo sem alguém ao lado. Elas necessitam de outra pessoa para chamar de sua, de certa forma justificando-se socialmente, deixando por onde passam, rastros de aparente felicidade. Continue assim, acreditando que a vida é muito mais do que uma imagem a dois. Sabendo que mais do que ter alguém ao lado, é sentir que existe outro alguém por dentro. Um outro alguém que não aparece, mas sempre acompanha. Que nunca volta, porque nunca vai. Isso sim, a gente pode chamar de amor. E sentir um amor assim, é viver em absoluta companhia, sem qualquer risco de acharem que você está só quando não estiver com alguém ao seu lado. É ir por onde for, sem precisar chamar, convidar ou esperar por alguém. Porque aquele alguém por dentro, espalha-se ao redor, ocupa todos os espaços, todas as vontades e todos os sonhos. O orgulho de seguir, sozinho para os outros, mas plenamente acompanhado por aquele alguém certo, determinado, singular. Também por essa companhia ser um segredo, um doce mistério, um verdadeiro e cativo sentimento, o que torna o resto de sua vida muito mais aconchegante, repleta de sentidos. Reconhecer que você é a única pessoa no mundo que sabe o que você sente, o que você quer e o que você sonha. Por isso, você estava sorrindo naquele baile, sentado na mesa vazia. Aqueles, disseram que você precisava arrumar alguém. Outros, queriam que você fosse dançar. Ninguém arriscou dizer que você estava amando. Porque ninguém escutou a sua música, ninguém viu o seu amor. E porque vazia, era só a mesa...  


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