segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

AUTORALLIA << Pelas tuas mãos / por Cecília Faroll




PELAS TUAS MÃOS 
É preciso sair de algum lugar e conceituar o indefinível, em razão dos sentidos. Então, já no caminho, a subsunção da realidade nos conta que realmente há uma distância entre eles, mas que não pode ser medida. Talvez, descobrir o que lhes separa, encontrando o elo fundamental que os une. Este, provavelmente situa-se num portal a ser atravessado, além de um prisma a ser transposto, ou simplesmente sobre o mesmo ponto na linha de junção dos dois planos de existência. Lá, ou simplesmente ali, provocando-se o gesto por um entreolhar, o toque das mãos, a timidez dos sorrisos, o enrubescer no abraço. Aqueles inocentes atos, os quais nunca deixarão de ser importantes vias de acesso, fundamentais para a transcendência do destino, ou seja, o seu acontecer. Tudo é normal e belo, quando se tem um vitral delimitador, que é ao mesmo tempo convidativo à nova vida. A sina da mais bela entre as descobertas, a ser realizada pelos sujeitos semelhantemente fractais. Tamanha identidade, são paralelas precisando se tocar, assumindo o desafio à ciência em desobediência ao seno cartesiano, mas sobretudo em consideração ao destino complementar. Fossem românticos, diriam que seria a temporada das flores. Mas como são humanamente renitentes, ainda necessitam se aproximar... 


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