sábado, 26 de agosto de 2017

Relações Centrífugas




Relações amorosas
Conjugais, estáveis, não importa
Às vezes, campo de acordos
    negócios, contratos
Ora no escambo, ora no fiado
Sensação de ser a casa,
    apenas um pequeno mercado..


Seu bem,
Só seu
Mas também,
Ele é de alguém
Que você não conheceu
Nem você, só eu
Um alguém que não lhe tem
E por isso, ninguém
É de ninguém
Só o Zébedeu
Que a terra já comeu..


As caçadoras da noite
Usam véu de led
Que não tapa os olhos
Mas disfarça muito bem o hálito...


O amor
É um cachorro morto dentro de casa
Que ainda não enterramos
Porque não temos jardim
Nunca tivemos um jardim
Onde plantássemos vida...


Ela foi seduzida
Deixou a família e foi ao cinema
À frente da ficção
Sua realidade enchia-lhe a mão
De outras sementes que ignorava..


Quem prefere gente mais nova
Quer voltar para onde nunca esteve
Envelhecendo ao quadrado
Pois desloca-se ao passado
E à frente onde nunca chegará...


Ela tem um amor
Um homem perdido na cidade
Com endereço fixo e acesso
E por assim ser,
    o evita
É porque ela gosta de mulheres
Outra razão
Para fugir daquela perigosa sensação..


Um era feio e inteligente
Outro, bonito e burro
Ela pulou do muro
No colo da beleza
Sentia-se princesa na rua
Mas em casa,
    era só o diálogo que empacava..


Coitada da mulher do Juarez
Gozou uma só vez
Nas outras foi teatro
Uma peça-casamento
Em cada ato,
   um lamento..


Não me peça para falar de amor
Deixe isso para os diabéticos
Eles conhecem os açúcares
E sabem onde foram parar...


A certeza de não mais amar
Fez-me casar com a praia
Sem benção nem cerimônia 
Somos eternos noivos 
Casal moderno
Somos novos
Ela nua,
    e eu sem terno..




Nenhum comentário:

Postar um comentário