[Ele não queria
chamar a atenção. É que a poesia, é a forma mais discreta, elegante e
desapegada de se olhar alguém. Fosse indiscreta, seria anúncio e não poesia.
Fosse deseducada, seria ofensa e não poesia. Fosse apego, seria convite e não
poesia. O não costume, afasta eventuais perfumes...]
[Tomei chuvarada. Depois,
não tomei banho quente. Demente, e hoje doente, pois me esqueci dos ensinamentos da vovozinha...]
[A fotografia. Meu
veículo de fuga para onde eu queria. Ir sem companhia alguma. Isento de paixão.
Desviando dos opacos da bruma, até ver uma cor imaginária. Que eu possa
senti-la, tão ordinária quanto a solidão, estampada no deserto dos meus álbuns
reais...]
[Seus sonhos, são só
seus. Nos meus sonhos, há muito de ti. Como em teus seios, corpo nu onde
escrevo. Deito a palavra-língua, metáfora minha que lhe preenche todinha, de
tinta-saliva, por todo teu proibido. Nossa libido horizontal, à beira-mar do
meu amor. De onde vem a onda. Teu gozo. Meu prazer, morto a cada despertar..]
[Quero uma terra, que
seja de areia, com muita água à mercê, com canoas em lugar dos automóveis, árvores
e cabanas, pés de banana, cocos e outros frutos dali, longe daqui, deste planalto banhado sem horizontes.]
[Não há nada de novo nos papéis do poeta. É apenas um jeito diferente, de ver a velha vida das coisas..]
[Não há nada de novo nos papéis do poeta. É apenas um jeito diferente, de ver a velha vida das coisas..]
Nenhum comentário:
Postar um comentário