terça-feira, 7 de junho de 2016

Espaço Augusto dos Anjos




 Derrubei algumas coisas, 
     na vida 
 Não vi que eram vidro.. 
 Hoje, 
 A dez quadras da morte, 
     não há nada que se quebre... 


 Minhas frases tuas 
 Lançam-se da beira da cama 
 No frio chão do destino.. 
 Feito pessoas no incêndio de um prédio 
 Pulam, 
 Só para fugir da sufocante agonia.. 


 Neste espelho 
 A trinca é imaginária 
 Esconde-se há sete anos 
 Para que ele não veja, 
     que tudo realmente se acabou... 


 No clube dos suicidas 
 O sócio-remido, 
    é o mais covarde... 


 Quase agridoce, 
 O paladar da morte 
 Proporciona textos de alta gastronomia.. 


 Um feiticeiro me disse 
 Que não devo brincar com o destino 
 Respondi que não era brincadeira 
 Apenas faço notas sem medo 
 De tudo o que não será 
 Nem aqui nem lá, 
 Digno de minha vivência... 


 Não era estrela cadente 
 Era o brilho da adaga da morte, 
 Que riscou o céu do meu tempo 
 Na altura do meu olhar 
 Um olhar proibido de te amar... 


 As piores mortes 
 São as daquilo que não se enterra 
 Vaga pela superfície 
 Feito onda que não quebra 
 Aponta mas não chega 
 Na praia que eu tanto queria... 


 O silêncio 
 Morte em traje de gala 
 No baile das oportunidades.. 




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