Olho para
trás
Mas já
lavei os lençóis
Não há
marcas
O que havia,
era um jeito de dobradura
Mais
nada...
Meu pequeno
ontem
Era grande
quando era
Pequeno é
hoje
Tão,
Que não se
mede
Falo no
sentido cortês
Uma
metáfora para toda aquela brevidade...
Mala vazia
Nas costas
do meu tempo
Não adianta
parar no espaço
Não há o
que tirar de dentro...
Certo
alívio, me causa
Ter deixado
o passado por terra
Penso nos
coitados
Que não
fizeram isso
Ainda se
arrastam pelo seu futuro
De tão
vazio é o seu presente...
Sim,
Trago
histórias
Sem
protagonismo algum
Enredos
‘noir’..
Intimista,
Esqueci-me
de ver a vida lá fora...
Não há
flores no jardim
Eu afastava
sementes
Enquanto o
sol insistia..
Repare
Já não há
mais fogo
E por ter
sido amor
As cinzas
são azuis
Só para não
serem vistas
Dispersando-se
no céu que não contemplamos..
A leveza do
homem
Que se
liberta do seu tempo ido
É
diretamente proporcional,
Ao peso do
seu hoje,
Ou seja,
Do vácuo
presente..
As
hortênsias na casa da vó..
Eu não
sabia seu nome
Mas ficava
horas olhando..
Hoje eu sei
como se chamam
Mas sequer
me permito
Colocá-las
em minha imaginação
As mulheres
fora de minha casa..
Faço do que
se foi
Feito
caixas de ossos em capela
Aglutinação,
Organização
de espaço
Não para
que chegue mais
Apenas para
não trazer poeira...
Fotos,
Que bela consideração
tenho por elas
São minhas
janelas
Na casa hipotecada
de um tempo
Em que eu
não tinha cortinas...
Há um
grande cemitério, por onde passei
À frente,
Desvio das
maternidades
Não é
preciso que morra mais alguém para mim
A natureza
se encarrega daquele lugar..
Quatro cães
na minha história
Blau,
Sissi,
Kong e Buba
Todos criados
por um lobo
Sem garras
pra viver na selva
Sem sonhos
pra morrer na relva
Em minha estepe,
Não fui
capaz de matilha...
Vendo a
imagem, meu peito se enche de não sei quê. Um menino loiro, bonitinho, na
ingenuidade dos seus três poucos anos a colocar talvez pela vez primeira, o pé na
rua. Mal sabia o que a vida lhe reservava, os caminhos que cruzaria. Uma infância
cheia de estórias, mistérios, heróis e personagens, seria o prefácio de uma
vida cheia de histórias, verdades, ausências e solidão. Viver, é transformar a
infância em algo real. Tenho pena dos que, como eu, conseguiram fazer isso...
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