A ÁRVORE MORTA
O tronco bífido soergue-se para o alto, dividido em outros
galhos também ressecados que apontam em divergência para os céus de anil. Feito braços
estendidos que um dia suplicaram algo em função da condição vida, a ausência total
de folhas ao redor da espécie indica que ali houvera um passado. Sinal que, no
homem, não é demonstrado pela presença ou não de quaisquer matizes. Mas há semelhanças. Origens
terrenas, busca de luz, braços abertos, necessidades básicas predominantemente
potáveis. E a proximidade por alguns humanos viverem de forma vegetativa, em relação
aos seus desejos. Diferenças, também se encontra. Como no exemplo do enfrentamento às intempéries.
Elas, nunca recuam; nós, por vezes nos escondemos movimentando nosso tronco relativamente móvel, através dos membros cineticamente voluntários, não necessariamente bem orientados. Isto mesmo, somos
voluntários de uma pátria que não conhecemos. Da pátria livre, livre em
consciência. Pois nem os exemplos da natureza nos servem como guia para
compreendermos a importância do viver bem. Por isto parecemos, quando ainda por
aqui, com tais árvores que já se foram há tempos do nosso espaço. É quando fazemos morrer nossos sonhos,
submetendo-nos ao parasitismo dos que não têm capacidade individual para sentir. Estes,
precisam do outro para florescer, em cores pálidas de um futuro impávido que nunca
virá. Porque as trepadeiras, só se criam sobre seres descuidados, isto é, ignorantes de sua própria condição de vida, são os que não reconhecem que todo dia, é um dia de luz. Senti-la, é questão de fibra, ou também de honra...
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