quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

AUTORALLIA << A Árvore Morta / por Vodkovski



A ÁRVORE MORTA 
O tronco bífido soergue-se para o alto, dividido em outros galhos também ressecados que apontam em divergência para os céus de anil. Feito braços estendidos que um dia suplicaram algo em função da condição vida, a ausência total de folhas ao redor da espécie indica que ali houvera um passado. Sinal que, no homem, não é demonstrado pela presença ou não de quaisquer matizes. Mas há semelhanças. Origens terrenas, busca de luz, braços abertos, necessidades básicas predominantemente potáveis. E a proximidade por alguns humanos viverem de forma vegetativa, em relação aos seus desejos. Diferenças, também se encontra. Como no exemplo do enfrentamento às intempéries. Elas, nunca recuam; nós, por vezes nos escondemos movimentando nosso tronco relativamente móvel, através dos membros cineticamente voluntários, não necessariamente bem orientados. Isto mesmo, somos voluntários de uma pátria que não conhecemos. Da pátria livre, livre em consciência. Pois nem os exemplos da natureza nos servem como guia para compreendermos a importância do viver bem. Por isto parecemos, quando ainda por aqui, com tais árvores que já se foram há tempos do nosso espaço. É quando fazemos morrer nossos sonhos, submetendo-nos ao parasitismo dos que não têm capacidade individual para sentir. Estes, precisam do outro para florescer, em cores pálidas de um futuro impávido que nunca virá. Porque as trepadeiras, só se criam sobre seres descuidados, isto é, ignorantes de sua própria condição de vida, são os que não reconhecem que todo dia, é um dia de luz. Senti-la, é questão de fibra, ou também de honra...  



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