terça-feira, 16 de setembro de 2014

Para-Digma


“De todos os amores que eu tive, sou mãe bastarda e ao mesmo tempo promíscuo pai. Porque todos eles morreram, apenas eu sobrevivi, por não saber lhes dar vida. Mas devo graças, em poder velá-los à altura de sua intensidade. Curvo-me então ao poder imperativo da seleção natural, como resposta que até ontem eu evitava dar a mim mesmo: a felicidade não chegará de nenhum lugar, pois ela sempre esteve ao meu alcance, aqui do ladinho, nos braços da solitude, minha fiel Companheira, prima distante da solidão. Partamos ao encontro dela, ou seja, em direção à vida simples, sem amor que pudesse vicejar. Já que, no campo das descobertas, finalmente desfez-se o véu do anunciado e justiceiro destino." 
- Neruda Paulífero -






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