Meus seios,
estão cheios
Os maxilares
De impurezas
lá de fora
Não sei mais
filtrar
Cortei pelos
das narinas
como se houvesse ar puro
Depilei o
ventre
como se o sexo fosse tez
Mas tudo é
atrito
Até nesse
banho da noite
A lâmina em
uma mão
Espuma na
outra
Um Phebo
encharcado
E o membro
lavado,
dando boa noite à rigidez
Como se
dormir limpo,
eu amanhecesse feliz...
Falei para
ela
Filha
Se um dia a
vida se for
E a eutanásia
vier
Faça-me dois
favores
Desligar a
minha máquina
E ligar-se na
literatura mundial...
A cadela,
viúva
Dormindo,
sonha
Sonha estar correndo
nos campos
Ou atrás dele
Ou atrás da
morte...
Noite seca
Tropical é só
o litoral
E eu aqui
Nesses áridos
quilômetros
Que separam
teimosamente
As ondas,
De minha
inércia..
Trânsito
Rios de
asfalto
Sem contempladores
Apenas coincidências
Onde gongos
acidentes
Deixam sangue
Ou deixam
mortos
Que as
piranhas dali perto
Vêm só para
olhar
É o
pesque-solte das ruas
De um povo
estagnado,
Mas se achando em movimento...
Mas se achando em movimento...
Dona Esperança
servia almoços
Pratos diretos
das panelas em seu fogão
Comida caseira,
para quem almoça na rua..
Até que ela
morreu
Sabemos ser
assim
Um dia ela,
Outra noite,
eu...
Atrás dos
convidados
Vontade de
dividir a vida
Que é o
mesmo,
que diminuir a morte..
Somatórias e
multiplicações,
Não necessitam
de festas...
Não adianta
acreditarem em você
Se você veio
para não crer no mundo..
Parei de
escrever
Perdi a mão
Ou a conexão
com meu manicômio particular..
Comer,
É um ato
ilusório
O verdadeiro
alimento,
A gente
sente...
Nunca fiz
Sopa para um
Mas sempre
faço
Sopa para mim
Há diferença,
por eu não ser ninguém...
Falei foi de todo
mundo
Escrevendo,
Maculando este
espaço em branco,
Pálido e vazio,
Pálido e vazio,
que é
minha alva existência...
Aos vinte,
eu olhava para cima
Aos trinta,
reto em frente
Com quarenta
anos,
eu olhava em volta
Já aos
cinquenta,
é para trás que eu olho
Se chegar aos
sessenta,
o chão será meu horizonte...
O suicídio
social
Sem implicar
na morte do corpo,
Mas sim na
libertação do espírito
É a melhor
alternativa
Para quem já
lidou com o impossível...
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