"THE FOOL ON THE HILL"
LENNON & McCARTNEY
by BASEMENT ALCHEMY COVER
ORA, DIREIS - por Menelau Ibidem
Era uma vez, um homem na
colina. Ele passou a acreditar em um novo tipo de amor que lhe contaram existir,
um amor sem reciprocidade. Sentia-se feliz, e sua independência o conduzia
pelos mais belos campos do sentimento. O tempo, senhor dos estigmas, passava por
ele no mais absoluto silêncio. Até que um dia, ele percebeu que construía nada
mais do que uma bela estória. Uma simpática crônica da vida, traduzida em sons
emprestados e palavras combinadas, a qual preencheu as páginas em branco do seu
querer, colorindo figuras amorfas, não delineadas e insípidas, um tanto caricatas.
Para ele, o homem na colina, era o bastante. Nesse dia, a revelação se deu por
um lapso, quando ele percebeu que o tempo já não mais estava ali, tinha ido
embora levando o sentido das coisas. Momento em que a lágrima rolou do seu olho
esquerdo, deslizou pela face passando pelo canto da boca saindo do rosto, mas
não caiu sobre seu peito. Ela evanesceu-se no ponto equidistante entre a mente
e o coração, que alguns chamam de consciência. Aconteceu o que era preciso e urgente,
mudando os estados físicos de todos os componentes daquela narrativa, ao final
da sublimação do tal amor que então virou éter. De tudo, que antes era guia, se
fez gás nobre, elevando-se e sendo levado pela corrente do vento na direção do
nunca, justamente pela ausência de sentidos. Tolo, ele olhou por um instante ao seu
redor procurando algum lamento, não encontrou. Tentou avistar a tristeza, que também
não estava. Por último, quis saber de si mesmo a resposta, e foi prontamente atendido.
Enquanto o tempo senhor dos estigmas passava por ele, trazia simultaneamente sem
perceber, a cura. Porque na vida, há também outras coisas que não são doenças mas necessitam de cura. Como no exemplo desta pequena e incomum estória, de alguém inteligente
e sonhador, que foi naquele tempo morar no alto de uma colina tentando viver as estrelas...
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