domingo, 9 de março de 2014

Flagrantes da I-n-t-e-r-s-u-b-j-e-t-i-v-i-d-a-d-e




-“Boa noite. Ele está?” 

-“Puxa, essa hora...tudo bem. Olha...faz tempo que ele foi embora.” 

-“Quando foi isso?” 

-“Bem...acho que no ano passado, talvez.” 

-“A senhora não sabe para onde ele foi?” 

-“Não...mas acho que ele foi pra bem longe, nunca mais ouvi falar.” 

-“Tem alguma referência, um telefone ou sabe de alguém que possa me informar?” 

-“Nada...” – e a moça ficou no portão sem saber o que fazer. 

-“Dá licença, moça, é muito tarde e eu estou ocupada, até.” 

-“Mas espere um pouco...” – ela não tinha mais o que dizer, restou acompanhar a senhora fechar aquela porta. 


 Voltou-se para a rua, encostou-se na lateral do carro e ficou até sem saber o que pensar. Esse vazio que agora tomava conta, era um espaço que ela não havia ocupado adequadamente e no tempo certo. Pois um dos maiores erros que se pode cometer na vida, é deixar de querer quem se tem. A questão é que só iremos descobrir isto, quando nossas ilusões vão embora, tornando nossa casa de sentimentos, um imenso mas inevitável vácuo. Então tardiamente imaginamos conversar com alguém, uma determinada senhora, chamada consciência.. 




 "A THOUSAND YEARS"  /  Christina Perri  /  by Piano Guys 


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