terça-feira, 4 de agosto de 2015

2º Circo Poetry


 pensamento 
 livro a folhear páginas 
 mas como, 
 se algo ainda não aconteceu... 
 seriam páginas em branco? 
 ou só há pó na estante... 


 todos eliminam 
 seu alimento processado.. 
 poucos fazem isso 
 com seus desamores 
 estes, 
 são os imprescindíveis... 


 noites em claro 
 vida obscura 
 inversões 
 de ambientes e sensações 
 tudo isso assim, 
 e um coração no meio da história.. 
 se não for um herói 
 é um morcego se fingindo de gente. 


 toda luta tem seu limite, 
 que é o final. 
 os desencontros também têm, 
 mas fica bem no começo. 
 entre eles, 
 uma coisa chamada ilusão... 


 vida escolar 
 cortam a cartolina do passado 
 apagam as provas do presente 
 desenham o caderno do amanhã 
 mesmo faltando tantas cores no penal... 


 eu mato a poesia 
 a cada trinta dias 
 e depois de mais quatro, 
 ela volta 
 porque eu não mato 
 eu apenas, 
 perco desiderato... 


 vejo gente perdida 
 mas... 
 como será que me veem? 
 se eu tenho certeza que já me encontrei 
 mesmo que eu não esteja em nenhum lugar.. 
 eu estou no meio daquela gente 
 todos sem saber onde vai dar...


 fujam dos poetas 
 são catadores de rua 
 das emoções recicláveis descartadas, 
 para que tenham outro destino.. 
 é desumana a segregação social 
 mas é vergonhoso ter medo dos alquimistas... 


 não envelheço 
 porque não morro 
 o que se acaba, 
 está ao meu redor 
 ou esteve longe 
 ou nunca existiria... 


 não é a angústia que me traz aqui, 
 nesta prancheta 
 é que não sei desenhar.. 
 mas eu sei dançar 
 e isso não adianta bosta nenhuma... 


 quanto menos móveis na casa 
 menos espaços há para móveis... 


 a cabana.. 
 é como um rio ao longe 
 meus animais pressentem 
 estamos perto, 
 ...do fim. 



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