pensamento
livro a folhear páginas
mas como,
se algo ainda não aconteceu...
seriam páginas em branco?
ou só há pó na estante...
todos eliminam
seu alimento processado..
poucos fazem isso
com seus desamores
estes,
são os imprescindíveis...
noites em claro
vida obscura
inversões
de ambientes e sensações
tudo isso assim,
e um coração no meio da história..
se não for um herói
é um morcego se fingindo de gente.
toda luta tem seu limite,
que é o final.
os desencontros também têm,
mas fica bem no começo.
entre eles,
uma coisa chamada ilusão...
vida escolar
cortam a cartolina do passado
apagam as provas do presente
desenham o caderno do amanhã
mesmo faltando tantas cores no penal...
eu mato a poesia
a cada trinta dias
e depois de mais quatro,
ela volta
porque eu não mato
eu apenas,
perco desiderato...
vejo gente perdida
mas...
como será que me veem?
se eu tenho certeza que já me encontrei
mesmo que eu não esteja em nenhum lugar..
eu estou no meio daquela gente
todos sem saber onde vai dar...
fujam dos poetas
são catadores de rua
das emoções recicláveis descartadas,
para que tenham outro destino..
é desumana a segregação social
mas é vergonhoso ter medo dos alquimistas...
não envelheço
porque não morro
o que se acaba,
está ao meu redor
ou esteve longe
ou nunca existiria...
não é a angústia que me traz aqui,
nesta prancheta
é que não sei desenhar..
mas eu sei dançar
e isso não adianta bosta nenhuma...
quanto menos móveis na casa
menos espaços há para móveis...
a cabana..
é como um rio ao longe
meus animais pressentem
estamos perto,
...do fim.
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