Combinado, então. Por alguma espécie modificada
de comunicação sensorial, eles optaram há tempos pela distância. Sim, pois a vida
nunca deixará de ser uma simples sucessão de escolhas, por mais que não sejam tão
singelas as consequências dos seus atos. Ela, com seus estereótipos. Ele, com seus
conceitos. Por isso, eliminaram a chance do encontro e deixaram de viver um grande
amor, para seguir ao encalço de expectativas que não esconderam por um lado a ansiedade, de outro a descoberta de uma
real companhia. Enquanto ela dança nas sombras inventando músicas, ele canta em
silêncio arranjando letras. Cada qual com sua variante de fuga, fazendo da arte
um refúgio, mas resumindo-se a levar de carona o medo para lugar nenhum. Dela, jamais
se soube, se continua ou não em busca de afinidade, sinal de que administrou bem
o desvio. Ele, reitera que só se esgotará quando for infinito, indício de que ela,
é verdadeiramente o sentimento. Entre luzes e sons dispersos, a consciência de que
a beleza existe. Feliz de quem pode, corajosamente, vivê-la.
"Se as coisas são
inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
a presença distante das estrelas!"
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
a presença distante das estrelas!"
- MÁRIO QUINTANA -
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