quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

ACADEMIAs


Combinado, então. Por alguma espécie modificada de comunicação sensorial, eles optaram há tempos pela distância. Sim, pois a vida nunca deixará de ser uma simples sucessão de escolhas, por mais que não sejam tão singelas as consequências dos seus atos. Ela, com seus estereótipos. Ele, com seus conceitos. Por isso, eliminaram a chance do encontro e deixaram de viver um grande amor, para seguir ao encalço de expectativas que não esconderam por um lado a ansiedade, de outro a descoberta de uma real companhia. Enquanto ela dança nas sombras inventando músicas, ele canta em silêncio arranjando letras. Cada qual com sua variante de fuga, fazendo da arte um refúgio, mas resumindo-se a levar de carona o medo para lugar nenhum. Dela, jamais se soube, se continua ou não em busca de afinidade, sinal de que administrou bem o desvio. Ele, reitera que só se esgotará quando for infinito, indício de que ela, é verdadeiramente o sentimento. Entre luzes e sons dispersos, a consciência de que a beleza existe. Feliz de quem pode, corajosamente, vivê-la.  



 "Se as coisas são inatingíveis... ora!
    Não é motivo para não querê-las...
 Que tristes os caminhos, se não fora
   a presença distante das estrelas!"   

  - MÁRIO QUINTANA -  

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