EU, PEREGRINO
Penso frequentemente, no dia em que eu darei o primeiro passo
dentro de meu novo caminho. Então me vêm à mente, as coisas que hão de existir
para que eu possa me considerar neste caminho novo. Eu precisaria ser soberanamente
eu, ou seja, respeitar os meus valores, mantendo o suporte deles. Trazer na
bagagem todos os meus sonhos e desejos, já tendo me colocado ao seu encalço realizador. Conduzir
na memória viva os entes queridos, desde os que já se foram em qualquer
sentido, e os que hoje estão, apenas lembrando dos bons momentos. Fazer por
onde aconteçam minhas perspectivas, pela busca incessante de dias melhores,
tomados de trabalho, saúde, dialética e paz. Mas aí eu começo a concluir que eu
já dei esse primeiro passo, há tempos. Porque tudo isso que eu imaginava no porvir,
preenche meu coração nos dias desse presente. Já é hora de reconhecer que minha
peregrinação dentro de mim mesmo, iniciou-se naquele já passado tempo, e que
respiro os novos amanheceres como se deve. Porque todo dia é manhã de alvorada,
até mesmo para quem ignore isto. Levo comigo no peito, tudo aquilo que me
fortalece, o meu aprendizado. O que não deu certo, ficou respeitosamente para
trás. Necessito apenas de água, também porque os dias se sucedem. Enfim, o
norte se anuncia no coração do meu rumo. Porque hoje eu sei, que não estou mais lá..