segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Contos sob a copa das Araucárias


 DOMINAÇÃO 



Falos, são superlativos insetos de carne nutridos a sangue, polinizando aleatoriamente parcos mililitros de sêmen sobre os gineceus desabrochados e negligentes, a pulular o globo terrestre não sem deformar respectivos abdomens e consciências, preenchendo vácuos nos atores sociais sem roteiro, característica remanescente do estado de natureza. O eterno combate entre suas porções, animal versus animalesca. Quando esta prevalece, bebês vêm sem convite à festa do baconiano mundo contemporâneo, quando raro, conseguem divertir-se. Aportam em famílias despreparadas, morando em lares incompletos, para depois adentrar em hospitais insalubres, frequentar escolas destruídas e no começo voltar ao poluto meio ambiental nunca antes socializado também de ofícios. Sim, somos todos frutos de relações sexuais, uns cobertos com glacê de amor inventado quando caímos ao chão de uma árvore verde mas oca, sucumbindo fatal e posteriormente ao sol das verdades em curso. Permanecemos reféns de estórias contadas pelos que nos deveriam prover um presente de relações civis virtuosas, em função de sua inconsequência pretérita, como aquela na qual insistem estarmos sob o crivo de um senhor que não aparece em nossa frente nem para dar bom dia. Um país sem controle de natalidade, pede para perder seu rumo. Pois para eles, os politicamente aéticos, é preciso que as vaginas do futuro estejam sempre umedecidas e sujeitas àqueles membros em riste, ópio natural para quem diuturnamente manipulado não goza seus direitos, artificiosa e supletiva variante de alegria dos que não podem ser cidadãos, ou então sujeitos plenos de cívica felicidade.  


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