domingo, 9 de junho de 2013

KAMASUTRA


 "O AMOR" 
 CAETANO VELOSO 
 por GAL COSTA 




 QUADRILOGIA DO AMOR  -  por Cecília Faroll 


1 – Onde está 
“Ele não se empresta nem se entrega, 
Para não deixar de ser seu 
Também por isto, não se toma de alguém.. 
Está ele bem no meio,  
Não sobre a linha que separa duas existências, 
Mas sobre aquela que já não mais existe, 
Por tê-las unido” 
 2 – Como ocorre
 “Ele vai, mas não volta
 Permanece, mas não fica
 Circula pelas dimensões, a sensação de bem estar
 Como em movimento uniforme, o desejo de mais querer
 Natureza de princípio, sempre está partindo
 Por querer a completude
 Que só trará a verdadeira companhia”
3 – Quando acontece 
“Ele excluiu o tempo 
Então é livre a todo instante 
Para ser o que é,  
 Ignora quaisquer números 
Quando jamais se considerará ontem 
Muito menos o amanhã 
Pois a vida inteira será sempre hoje” 

  4 – Por que existe
 “Ele é mais do que qualquer música,
 Posto que é o único sentido
 Mais do que qualquer poesia,
 Já que é a plena felicidade
 Mais do que qualquer gesto,
 Por ser a mais bela dentre as essências
 Mas é muito menos do que seria possível,
 A partir do primeiro beijo na boca"


quarta-feira, 5 de junho de 2013

AUTORALLIA << Pólen, hímen, lúmen / por Vodkovski




PÓLEN, HÍMEN, LÚMEN 
Minhas frases não advêm dos reflexos do caos humano. Nem me aproveito de qualquer subsunção da torpe realidade. Elas apenas parecem com as prostitutas em data de natal, que por idiopatia não têm a merecida atenção dos outros. Talvez pelo seu inconsciente pouco desvirginado, cuja linguagem passa despercebida, impedindo a comunicação social entre os eventuais sujeitos. Como falar sobre algo, sem lá ter estado. As prostitutas morrerão senis, se uma doença atemporal não levá-las antes embora. As frases não, permanecerão eternas no desconhecido leito de minha consciência, certa de que minhas companhias foram poucas, mas todas por afetividade. Ambas contaminadas, as prostitutas por microrganismos, as frases por organismos maiores. Ambas afetadas pelo ambiente social, um meio infelizmente impróprio para o bom desenvolvimento humano. Agudas ou crônicas, antagônicas elas se completam no sentido de ocupar o vácuo de sentidos das existências ambulantes, sem estabelecer nexos, encontrando no sexo tudo aquilo que jamais esteve lá. Compensações, são supletivamente úteis para todo aquele desprovido de inteligência, força ou alquimia..  


Seção Parental


 - ERROS  - 
__________

 Erros são, no final das contas, fundamentos da verdade. 
 Se um homem não sabe o que uma coisa é, 
 já é um avanço do conhecimento saber o que ela não é. 
  - Carl Jung  

--
 Um erro que atravessa o tempo. 
 Então, já não é apenas um erro. 
 Mas não importa lhe denominar, pois sua natureza errante permanece, 
 soberana a qualquer termo vindouro. 
 Resta, como saída, diminuir o espaço que ele ocupa. 
 A questão que um dia transformou-se em problema, 
 assume caráter dimensional,  coisa que nós, humanos, ignoramos conhecer. 
 Pois sabemos bem do sal e da terra, do mar e da água, do calor e do fogo, 
 como também dos ventos e do ar. 
 Mas o que ainda desconhecemos, são as inter-relações entre os elementos. 
 A consciência se faz estagnar, enquanto a comunicação não vem. 
 Só porque recusamos interagir, ou melhor, protelamos acertar... 
 - B. Azeredo  


segunda-feira, 3 de junho de 2013

Matri & Monium


 "Metade" 
 por Oswaldo Montenegro 



Contos sob a copa das Araucárias


 O CÉU EM MIM 



A chuva forte na madrugada fria, desvia-me do sono que não virá. Da cama para a bancada, da imaginação para as frases ou do breu à luz, como se as tilintantes gotas geladas nas superfícies que me guardam fossem letras cadentes as quais eu devo, despertado, organizar em meu brando solo de aridez. Isto, para que nas manhãs de junho finalmente venham os dias melhores de mim, conduzidos pela devida articulação de tudo que não acontece, com meu sonho quase eterno de desejos por vezes vãos de possibilidades. Espaços em minha mente, vácuos peitorais e cadeiras ao meu redor necessitam ser preenchidos com alguma forma de vida importante, para que não faleça minha peregrina esperança. Meus túneis interiores são labirintos, refúgios distantes demais da verdade externa, codinome realidade. Se eu for da terra, que seja um ser elemental, a ponto de guiar qualquer outro que não eu, posto que há tempos estou perdido em minhas próprias cercanias. Sim, onde passa tanta gente e não fica ninguém para ao menos dizer que vai embora. Levo a vida não a vivê-la, mas somente a traduzir as intempéries pluviais da minha consciência justificante. Conto com as interferências da natureza sobre os homens, a provocar noites, disfarçar manhãs e nublar tardes, para ver se agimos na direção do hoje. É tarde, eu sei, mas foi preciso novamente entrar em mim para tentar buscar uma outra saída... 


BICHOS emocionais DO PARANÁ racional - "Catatau"


 [Sujos Bifes 
Mais do que visitá-lo, deparei-me com sua vida em história. Não trouxe comigo o seu conhecimento, mas a forma de construir o seu legado, resgatou-me o orgulho. Por compartilharmos do mesmo princípio: a loucura que move todo sonhador na contramão da obtusa realidade fértil, dos passivos retilíneos esterilizante. Pensar já se faz obsoleto, quando criar é urgentemente preciso. Fomos apreciadores da dança das palavras, onde pouco importam os estilos, desde que com música soante na alma socialmente bandida, heroica per se. Enquanto ele será eternamente digno de exposição, permaneço em meu regato introspectivo cuidando de tudo aquilo que me é irresponsável. Como se chegasse um dia, em que eu satisfizesse com preenchimentos, todo aquele meu passado ausente, abortivo de perspectivas futuras. Pois a minha carne suja, ainda possui a marca analfabeta da não espiritualidade plena...] 


  Paulo Leminski (Catatau) 


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